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Após apagão no Nordeste, Lobão nega fragilidade do sistema do país

Do UOL, em São Paulo

28/08/2013 19h42Atualizada em 28/08/2013 21h10

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou para amanhã (29) uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para analisar o blecaute que atingiu a região Nordeste na tarde de hoje (28).

O ministro esteve na sede do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), no centro do Rio de Janeiro, para tratar do tema. Segundo Lobão, a queda de energia não significa fragilidade no sistema do país, episódio que ocorreria em qualquer país do mundo.

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“O impacto foi forte. Tomamos todas as providências no sentido de restabelecermos prontamente, na medida do possível, e depois cuidamos de investigar as causas. A população já está atendida com o restabelecimento e as capitais foram atendidas em no máximo duas horas. O governo está tomando todas as providências necessárias. Fragilidade não existe. O sistema é bom, é forte, é igual aos melhores sistemas do mundo. Esses episódios acontecem aqui, aconteceram recentemente nos Estados Unidos, por queimadas também, e em todas partes do mundo”, disse.

Lobão e o ONS informaram que a interrupção no fornecimento de energia na região Nordeste foi causada por uma queimada em uma fazenda no município de Canto do Buriti, no Piauí, que resultou no desligamento de linhas de transmissão na região.

Nordeste vive caos no trânsito e serviços após apagão

Histórico dos apagões

No ano passado, em 22 de setembro, um apagão atingiu oito dos nove Estados do Nordeste. A causa foi um incêndio na subestação de Imperatriz (MA).

Estados afetados pelo apagão

  • Arte UOL

No dia 2 de outubro, outro apagão deixou cinco Estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste no escuro. A falha teria ocorrido em um dos transformadores de aterramento de uma subestação da usina hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais.

Em 26 de outubro novo blecaute, desta vez atingindo onze Estados das regiões Norte e Nordeste do país. A causa do apagão foi novamente um incêndio em equipamento entre as subestações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA).

No dia 15 de dezembro, uma falha na usina hidrelétrica Itumbiara, localizada na divisa de Goiás com Minas Gerais, foi responsável por um apagão que atingiu 15 Estados e deixou cerca de 3,5 milhões de pessoas sem energia. A hidrelétrica é de propriedade da Eletrobras Furnas.

O problema teria sido provocado por um raio que atingiu a linha de transmissão, automaticamente desligada pelos disjuntores da subestação. Algumas das turbinas da usina teriam parado de funcionar, e o sistema de segurança desligou os geradores, cortando o fornecimento de energia.

Levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética em novembro do ano passado apontou que o setor elétrico teria de investir R$ 268,8 bilhões até 2021 para evitar o risco de apagões. Para atender à demanda futura, o país precisaria gastar cerca de R$ 213 bilhões na construção de 65,4 mil MW em usinas (algo como seis hidrelétricas de Belo Monte). Além disso, o país vai precisar aplicar R$ 55,8 bilhões na construção de 47,7 mil quilômetros de linhas de transmissão no território nacional --o mesmo que instalar oito linhões de transmissão de energia ligando o Oiapoque (AP) ao Chuí (RS). (Com reportagem de Gil Alessi e informações da Agência Brasil)