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Protestos afetam transporte público em sete capitais do país

Do UOL, em São Paulo

30/08/2013 08h38Atualizada em 30/08/2013 12h38

Protestos realizados por centrais sindicais na manhã desta sexta-feira (30) afetam o transporte público em ao menos sete capitais do país. São elas: Fortaleza, Salvador Belo Horizonte, Vitória, Palmas, Porto Alegre e São Luís. Em São Paulo, não há registro de paralisação por parte dos funcionários do transporte público, mas vias foram interditadas por manifestantes ao longo da manhã.

Parte das manifestações está ligada ao Dia Nacional de Mobilização, organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Há também protestos em cidades do interior em quase todos os Estados.

São Paulo

Na capital Paulista, as linhas de ônibus circulam normalmente, segundo a SPTrans, apesar do anúncio de que os manifestantes iriam bloquear as entradas e saídas das garagens. 

Um protesto na avenida Guarapianga, perto do número 178, chegou a interditar a via no sentido centro, assim como na marginal Pinheiros, na altura da ponte Transamérica sentido Interlagos. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), havia 107 km de lentidão na cidade por volta das 10h.

Cerca de cem pessoas bloquearam totalmente a avenida Juntas Provisórias e o bloqueio já reflete na avenida do Estado. Cerca de 30 pessoas bloqueiam a Ponte das Bandeiras até a praça dos Heróis da FEB, na zona norte. Há protestos na imediações, como na rua Alvarenga, junto à Rua Afrânio Peixoto, no Butantã. Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) também organizaram protesto que deixou o trânsito lento na região.

Além dos bloqueios por causa das manifestações, há problemas na Radial Leste por conta de uma reintegração de posse perto do Viaduto Bresser. Revoltados com a ordem judicial, manifestantes atearam fogo em lixo na avenida, o que provocou lentidão.

Na avenida Giovani Gronchi, o trânsito foi interrompido por duas horas por um grupo que reivindica um terreno para construção de moradias populares. Cerca de 500 manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam a sub-prefeitura de Campo Limpo, por causa da retirada de uma família que ocupava um terreno público. O sub-prefeito disse que área será destinada para a educação.
 

Santos (SP)

A rodovia Anchieta, que estava bloqueada por manifestantes, foi liberada por volta das 8h20. A via estava fechada em Cubatão (litoral de São Paulo). Há 4 km de lentidão na via --do km 14 ao km 10, sentido litoral paulista.

Por volta das 5h, cerca de 50 manifestantes de um conjunto habitacional bloquearam a rodovia Anchieta do km 59 ao 60 e no km 13.

Na rodovia dos Bandeirantes, na altura do km 14, há bloqueio total das pistas por cerca de 30 pessoas carregando faixas, bandeiras da CUT. Como alternativa, a rodovia Anhanguera tem melhores condições, de acordo com a rádio CBN.

Apesar de não registrar paralisação do transporte público, cerca de 15 mil trabalhadores estão em greve em cidades do Vale do Paraíba, segundo dados preliminares do Sindicato dos Metalúrgicos. Trabalhadores paralisaram atividades em São José dos Campos e Jacareí. Em algumas empresas e fábricas, como a General Motors, as portarias estão bloqueadas, mas o movimento segue pacífico e poucos funcionários se concentram nos locais.

Fortaleza

Em Fortaleza, o serviço de ônibus amanheceu paralisado e sete terminais estão fechados. Sem alternativa de transporte, muitos trabalhadores voltaram para casa, de acordo com a rádio CBN.

Houve confronto entre manifestantes e a Tropa de Choque e uma pessoa ficou ferida. Os trabalhadores pedem redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário.

A promessa é de que a paralisação permaneça durante todo o dia. Há registro de paralisação de outras categorias, já confirmaram bancários, professores, trabalhadores da construção civil e funcionários da saúde. A maior mobilização está prevista para acontecer nas imediações da Assembleia Legislativa do Estado.

Salvador

Em Salvador, o protesto deixou a cidade sem ônibus nesta manhã. Manifestantes ainda interditam as principais rodovias de saída da capital baiana.

Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), a BR-324, no km 518, está interditada desde as 6h e a saída para Feira de Santana está bloqueada. O congestionamento de veículos é grande, mas a polícia ainda não divulgou quantos quilômetros existem de carros parados.

Por volta das 9h, ônibus começaram a sair das garagens, mas devido a demanda de passageiros, os pontos de ônibus estão superlotados.

Outras categorias prometeram paralisação ainda hoje, são elas: policiais civis, professores, construção civil, enfermeiros e servidores públicos.

Belo Horizonte

Desde as 5h da manhã desta sexta-feira (30) motoristas e cobradores e integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Belo Horizonte fazem manifestação e fecham as estações de ônibus do Barreiro e Diamante, em Belo Horizonte. Nenhum veículo saiu do local, o que afeta aproximadamente 170 mil usuários que utilizam os dois locais diariamente.

Muitos estão indo a pé para o trabalho, ou lotando táxis. A Polícia Militar acompanha o ato, que é pacífico e não está ligado à CUT. Os manifestantes protestam contra a retirada de trocadores no período noturno o que, de acordo com eles, sobrecarrega o trabalho e pode causar acidentes.

Há bloqueios na Rodovia Fernão Dias, em Betim, sentido Belo Horizonte, desde as 5h da manhã. A marginal da rodovia sentido São Paulo também está bloqueada. Esse ato faz parte do Dia Nacional de Mobilização.

Porto Alegre

Na capital gaúcha, manifestantes bloqueiam o acesso da avenida Castelo Branco. Terminais também estão bloqueados. Manifestantes que invadiram estações Mercado e Sapucaia do Trensurb tiveram de ser retirados pela Tropa de Choque.

Ainda assim, continuaram bloqueadas as estações Canoas e Unisinos. Também há interdição na BR-386, no acesso à BR-116. De acordo com o sindicato, 10% da frota do transporte público está circulando na capital gaúcha nesta sexta-feira (30).

Vitória

A capital do Espírito Santo tem registro de bloqueio na Terceira Ponte, no sentido que liga o tráfego oriundo de  Vila Velha. O trânsito foi interrompido por volta das 6h por integrantes da CUT.

Outro grupo de sindicalistas também se reúne em frente à rodoviária e interrompeu o tráfego na Segunda Ponte, sentido Cariacica-Vitória. Muitos passageiros desceram dos ônibus e seguiram a pé para o Centro de Vitória.

Palmas

Em Palmas, o protesto interditou a avenida Theotônio Segurado, na região sul, e não há ônibus em circulação pela capital do Tocantins. Cerca de 100 manifestantes estão no local e eles atearam fogo em pneus para evitar o desbloqueio da avenida. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o acesso a região sul de Palmas está sendo feito apenas pela TO-050.

A PM acompanha os protestos. O movimento é  realizado pela centrais sindicais do Tocantins.

São Luís

Usuários de transporte coletivo foram pegos de surpresa na capital do Maranhão logo nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (30) com a paralisação dos trabalhadores rodoviários. A maioria dos ônibus foi retirada das garagens, mas estão sem circular e estacionados em torno da Praça Deodoro, localizada no Centro de São Luís.

Apesar de o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinar, na noite desta quinta-feira (29), que fossem mantidos 90% da frota de coletivos circulando nesta sexta-feira para não atrapalhar os trabalhadores de outros setores a chegarem ao trabalho, os ônibus não estão pegando passageiros.

Devido à paralisação total dos ônibus, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão poderá ser multado em R$ 10 mil por hora parada. A multa foi limitada a R$ 240 mil.

A decisão do TRT ocorreu na MCI (Medida Cautelar Inominada), com pedido de liminar ingressada na Justiça pelo SET (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros) de São Luís.

Não há previsão do horário que os ônibus vão voltar a circular na capital maranhense.

Em Curitiba, no Paraná, não há registros de paralisações do transporte público. No entanto, professores da rede estadual fazem protesto. Cerca de 1,5 milhão de alunos ficarão sem aula em todo o estado. Os manifestantes devem se concentrar a partir das 9h na Praça Santos Andrade e depois seguem em passeata até o Palácio Iguaçu.