Justiça de SP concede regime semiaberto ao jornalista Pimenta Neves
A Vara de Execuções Criminais de Taubaté, em São Paulo, concedeu o regime semiaberto ao jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves. A decisão foi divulgada pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) nesta quarta-feira (4).
De acordo com a decisão da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, "o sentenciado tem contra si uma condenação de 14 anos, dez meses e três dias de reclusão, por homicídio doloso; já implementou o requisito temporal para a progressão de regime prisional e mantém bom comportamento carcerário, consoante atestado pela Administração Penitenciária".
Ainda consta na decisão que, “a transferência para regime menos gravoso de cumprimento de pena deve ser deferido quando o preso tiver cumprido pelo menos 1/6 da reprimenda no regime anterior e revelar bom comportamento carcerário, este comprovado por simples declaração do diretor da unidade prisional. Uma vez presentes estes dois requisitos, é o quanto basta para a concessão do benefício, e no caso em questão ambos vêm comprovados nos autos".
Pimenta Neves está preso desde 2011 na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Com o regime semiaberto, ele pode trabalhar durante o dia e voltar para a prisão à noite.
O caso
O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal "O Estado de São Paulo", foi condenado a 19 anos, dois meses e 12 dias de prisão em maio de 2006, pelo homicídio da também jornalista Sandra Gomide em agosto de 2000, em um haras em Ibiúna. Em setembro de 2008, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgou recurso que buscava a anulação da condenação, manteve a decisão, mas com redução da pena.
Pimenta Neves chegou a Tremembé em 24 de maio de 2011 para cumprir a pena depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter recusado o último recurso apresentado pelo acusado, ordenando a execução imediata da sentença.
No dia 20 de agosto de 2000, Pimenta Neves assassinou com dois tiros nas costas Sandra Gomide, 31 anos mais jovem que ele e que havia sido sua funcionária no jornal.
Ele cometeu o crime em um sítio da cidade paulista de Ibiúna por não aceitar o fim da relação sentimental com Sandra. Quatro dias depois do assassinato, Pimenta Neves se entregou à polícia e confessou o homicídio.
O jornalista foi preso, mas em março de 2001 acabou beneficiado por um habeas corpus que o permitiu aguardar em liberdade condicional a resposta judicial a um recurso apresentado para tentar anular o julgamento.
Após várias manobras jurídicas para atrasar o processo, Pimenta Neves foi finalmente condenado em 2006, porém, graças aos benefícios do habeas corpus, o jornalista se esquivou da condenação até esgotar os recursos na última instância judicial.
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