Depoimento de perito deverá ser repetido em 3º dia do júri do caso Juan
No terceiro dia de julgamento dos policiais militares acusados pela morte do menino Juan, 11, e de Igor de Sousa, 17, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o perito Miguel Arcanjo terá de prestar depoimento novamente. Devido a uma falha técnica, a gravação do depoimento dado na terça (10) ficou inaudível.
Além dele, serão ouvidos nesta quarta-feira (11) cinco testemunhas e os quatro acusados. O depoimento do perito, que avaliou o local do crime e participou da reprodução simulada, deve ocorrer na parte da tarde.
Até a noite de terça-feira, 12 testemunhas foram ouvidas, todas de acusação. Apenas uma delas, o delegado Ricardo Barbosa, ex-titular da DH (Delegacia de Homicídios) de Nova Iguaçu, foi arrolado tanto pela defesa dos réus quando pela promotoria.
No segundo dia do julgamento, o delegado descartou a possibilidade de troca de tiros entre os policiais e traficantes na comunidade. Apesar do adolescente Igor Afonso ter sido encontrado com uma arma na mão, não há provas de reação da vítima.
O delegado titular da delegacia de Comendador Soares, Cláudio Nascimento, que deu início às investigações, disse não acreditar que a ocultação do corpo do menino tenha sido feita por traficantes da favela, uma vez que os policiais militares não teriam deixado o local. Além dos delegados, ontem foram ouvidos o perito que analisou os ossos do corpo de Juan e uma moradora da comunidade.
O primeiro dia de julgamento, na segunda-feira (9), foi marcado pelo atraso do início da sessão e um acordo entre a Promotoria e a defesa sobre a presença de Juan no local.
A mãe do menino disse que PMs a procuraram em sua casa após a morte de seu filho. Emocionada, Rosineia Maria Moraes, prestou depoimento no julgamento dos policiais militares acusados do crime. "Estava no hospital [com Wesley] e minhas vizinhas me ligaram dizendo que viram homens lá me procurando e também homens fardados", disse.
Julgamento
Os policiais militares Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados das mortes dos adolescentes.
Os PMs também são acusados de tentativas de homicídio contra Wesley Felipe Moraes da Silva, irmão de Juan, e Wanderson dos Santos de Assis e ocultação de cadáver, pois o corpo de Juan foi encontrado somente dez dias após os crimes, que ocorreram na noite de 20 de junho de 2011 na comunidade do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
As vítimas foram mortas em uma suposta ação do 20º Batalhão da Polícia Militar na favela. Sete jurados vão avaliar as teses da acusação e defesa para decidir sobre o futuro dos acusados. Ao todo, Promotoria e defesa chamaram 35 testemunhas. A previsão é de que o julgamento dure quatro dias.
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