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Primeiro preso a usar tornozeleira eletrônica no Piauí retira o aparelho em 48h

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

19/09/2013 17h34

O primeiro preso a receber tornozeleira eletrônica no Piauí, Vando Bezerra Gomes, 33, se livrou do equipamento em 48h. A instalação da tornozeleira eletrônica ocorreu na terça-feira (17) e, na quarta-feira (18), o preso retirou o aparelho. Ele foi recapturado.

A central de monitoramento da polícia foi avisada da violação do equipamento e conseguiu localizar a tornozeleira abandonada em um imóvel na rua Tersandro Paes, na região Centro Sul, em Teresina.  A polícia encontrou a tornozeleira junto a latinhas de refrigerante, cortadas ao meio, possivelmente usadas para consumo de crack.

O fugitivo foi localizado por volta das 22h, na rua Sete de Setembro, no centro de Teresina e conduzido a Central de Flagrantes. Ele vai responder por dano ao patrimônio público e além dos crimes imputados das diversas vezes que foi preso. Gomes tem pelo menos dez passagens pela polícia, acusado de roubo, furto e arrombamento.

O preso disse que não teve dificuldades em retirar a tornozeleira e que se sentiu incomodado com o aparelho para dormir. “Foi só puxar e saiu. Não botei força nenhuma. Estava apertado e não queria dormir com isso [tornozeleira] no pé”, contou Gomes, em entrevista à "TV Cidade Verde".

Preso no último domingo (15) acusado de assalto à mão armada, furto qualificado e arrombamento, Gomes estava ainda na Central de Flagrantes de Teresina quando recebeu a notícia de que seria beneficiado com a tornozeleira eletrônica e iria aguardar julgamento em prisão domiciliar.

A medida cautelar aplicada ao acusado pelo juiz 8ª Vara Criminal de Teresina, José Vidal de Freitas, foi motivo de comemoração pela Sejus (Secretaria Estadual de Justiça), que convidou a imprensa local para apresentar a nova medida de punição para presos no Piauí.

O governo do Piauí adquiriu 500 tornozeleiras eletrônicas ao preço de R$ 500 cada aparelho. Com a implantação do equipamento, a Sejus informou que vai reduzir o número de presos no sistema prisional do Estado e reduzir custos. Segundo a Sejus, cada interno do sistema prisional tem o custo de R$ 1,5 mil ao Estado por mês.

“O sistema de monitoramento eletrônico é um recurso disponibilizado pela Secretaria Estadual de Justiça em parceria com a Corregedoria Geral de Justiça para ser instalado em cumpridores de pena em regime aberto, semiaberto, prisão domiciliar, liberdade condicional, saída temporária e medidas cautelares, para evitar encarceramentos desnecessários”, informou em nota, divulgada nesta quinta-feira (19).