Deputado coloca nome das filhas em cães levados de laboratório em SP
Duas cadelas da raça beagle que pertencem ao Instituto Royal e foram achadas no último sábado (19) em uma rua de São Roque (SP) ganharam o nome das filhas do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que está cuidando delas.
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As cadelas de aproximadamente seis e sete anos agora se chamam Bianca e Giovana, nomes das filhas do deputado. Elas passam o dia no escritório do parlamentar e à noite são levadas por ele para sua casa, em São Paulo.
"Os dentes delas estão fraturados, possivelmente porque roiam a gaiola onde ficavam. São obesas e uma delas tem tumor mamário", explica Viviane Cabral, advogada do deputado. Segundo ela, Tripoli estava viajando e não poderia conversar com a nossa reportagem.
"Elas não sabem brincar. Não estão acostumadas a conviver com pessoas", relata a advogada.
As cadelas fazem parte do grupo de 178 beagles retirado por defensores dos direitos dos animais do Instituto Royal na madrugada da última sexta-feira (18). Os animais eram usados em testes de medicamentos e cosméticos.
As duas cadelas foram encontradas pela polícia em uma rua de São Roque. Elas foram levadas inicialmente à delegacia da cidade e depois deixadas aos cuidados do deputado federal, que pediu para ser o fiel depositário dos bichos.
De acordo com a advogada, as cadelas foram levadas ao veterinário e passaram por exames. "O deputado não pretende devolvê-las mesmo que haja uma solicitação do instituto [Royal]. A intenção dele é ficar com os animais até que a Justiça determine o destino deles", declara Viviane.
Ainda segundo a advogada, a ideia de Tripoli é, no futuro, colocá-las para adoção. "Vamos lutar por meio das vias legais para evitar que elas sejam devolvidas [à empresa]", diz. O Instituto Royal não quis se manifestar sobre o comentário do deputado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa informou que quer os bichos de volta. "Quando recuperados, [os animais] serão recebidos e recolhidos pelo instituto. Eles receberão o tratamento veterinário adequado e poderão ser colocados para doação", disse em nota.
A Polícia Civil tenta recuperar os cães, mas não pretende devolvê-los à instituição. O delegado que coordena a investigação, Marcelo Pontes, falou que os animais serão postos sob a guarda de uma entidade de proteção dos animais "até que se apurem as denúncias de maus-tratos que ocorreriam naquele local". (Com Estadão Conteúdo)
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