Operário morreu asfixiado em desabamento de prédio em Guarulhos (SP); ele tentava fugir
O operário Edenilson de Jesus dos Santos morreu asfixiado no desabamento de um prédio em construção na Vila Leonor, em Guarulhos (Grande São Paulo). A informação foi dada nesta sexta-feira (6) pela Secretaria do Estado de Segurança Pública. Ainda de acordo com a secretaria, ele sofreu vários traumas em função da queda do prédio. Segundo os bombeiros, ele tentava fugir do local.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte do operário ainda será concluído. O prazo mínimo para a finalização do exame é de 30 dias.
O prédio de cinco andares desabou na noite da última segunda-feira (2). Os bombeiros trabalharam por 66 horas até encontrar o corpo de Edenilson sob os escombros no começo da tarde desta quinta (5). Ele estava prensado entre um pilar e uma viga, na rampa da construção.
Edenilson vivia no alojamento da obra e tentava fugir quando foi atingido. Seu corpo foi enterrado na manhã desta sexta no Cemitério Vila Rio, em Guarulhos. O operário tinha 24 anos, era solteiro e deixou dois filhos.
O advogado Maurício Monteagudo, da Salema Comércio, Construção e Projetos Ltda., responsável pela obra, afirmou que a empresa pretende indenizar a família da vítima. Segundo o advogado, os parentes de Edenilson recusaram uma oferta de R$ 2 mil para o pagamento das despesas do funeral e também não aceitaram conversar nesta sexta sobre a indenização.
Investigação
O delegado do 5º Distrito Policial de Guarulhos, Geraldo Martin, concentra os trabalhos de investigação na tomada de depoimentos dos operários. Quatro trabalhadores já prestaram depoimento.
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O ajudante-geral Erivaldo Jesus dos Santos, irmão de Edenilson e também operário da obra, afirmou à polícia que os operários tinham medo de trabalhar e comentavam entre si sobre as trincas e rachaduras do local.
"Todos tinham que rezar para que o prédio não desabasse e matasse todo mundo", afirmou Erivaldo. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada e trabalhava na obra havia cinco meses. O Ministério Público do Trabalho também investiga se havia irregularidades na obra.
O dono da construtora, Fernando Salema, também deverá ser ouvido pela polícia. As investigações dependem, fundamentalmente, da conclusão do laudo pericial do desabamento, a cargo do Instituto de Criminalística. O documento deve ficar pronto em 30 dias.
O engenheiro responsável pela obra é investigado pelo Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) em três processos.
Vizinhos
Uma casa vizinha à obra permanece interditada pela Defesa Civil de Guarulhos. O desabamento e a remoção dos escombros do prédio derrubaram uma parede do imóvel. Uma família de três pessoas vivia no local e só poderá retornar quando a parede for reconstruída.
O advogado Maurício Monteagudo disse que a Salema providenciará o reparo na casa danificada.
A Defesa Civil liberou os outros 12 imóveis que estavam interditados no entorno do desabamento. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Paulo Vitor Novaes, os moradores ainda poderão ser obrigados a deixar o imóvel quando a retirada do entulho do prédio for retomada. Esse trabalho de remoção cabe agora à construtora.
A Defesa Civil irá acompanhar a continuidade desses trabalhos e monitorar a acomodação do material, além de avaliar novamente a situação dos imóveis vizinhos.
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