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Corpos de casal assassinado na Serra do Cipó (MG) são enterrados em Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

11/01/2014 15h45

Os corpos do casal de namorados assassinados a tiros no último dia 3, na Serra do Cipó, local turístico da região central do estado (100 km de Belo Horizonte), foram enterrados neste sábado (11) em cemitérios distintos da capital mineira.

Familiares e amigos compareceram ao cemitério do Bonfim, na região noroeste da cidade, para acompanhar o enterro do advogado Alexandre Werneck de Oliveira, 46. Já no cemitério da Paz, no bairro Caiçara, foi enterrado o corpo da advogada Lívia Viggiano Rocha Silveira, 39. Conforme a polícia, eles foram mortos com tiros na cabeça.

Os corpos do casal, que estava desaparecido desde a sexta-feira (3), foram encontrados pela polícia na última quarta-feira (8), no rio Santo Antônio. Os suspeitos foram presos no dia anterior.

Não houve velório nos dois enterros. Familiares da mulher morta lamentaram o assassinato, relembrando, segundo eles, que ela sempre foi uma pessoa muito querida. Já os familiares de Alexandre Werneck não quiseram falar com a imprensa.

Amigos do advogado, no entanto, disseram que ele era uma pessoa que sempre procurou ajudar o próximo.

Estupro

Durante a apresentação dos suspeitos das mortes à imprensa, feita na quinta-feira (9), um dos suspeitos confessou aos jornalistas ter ainda estuprado a mulher. Em um primeiro depoimento, os dois teriam admitido a autoria das mortes à polícia.

Helton Moreira de Castro, 19, um dos presos pela polícia, ainda acusou o comparsa Marcos Magno Peixoto Faria, 25, que tem deficiência auditiva, de também ter violentado a advogada.

Castro ainda apontou Faria como sendo o autor dos disparos que mataram as vítimas. A polícia informou ter recolhido material do corpo da mulher para confirmar tecnicamente se o estupro ocorreu.

Segundo o delegado Thiago Saraiva, supostamente a intenção da dupla seria a de vender o carro do advogado, uma caminhonete de luxo. Mas eles apenas levaram R$ 170 e os celulares do casal. Posteriormente, o veículo foi incendiado pelos acusados, conforme a polícia.

O chefe do DHPP (Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado Wagner Pinto, afirmou que os depoimentos dados pelos dois sobre a autoria dos disparos são conflitantes. Conforme o policial, um acusa o outro pela morte do casal de namorados. Ele ainda disse que o advogado pode ter reagido durante a ação dos criminosos por causa de um ferimento em um dos braços dele.

O UOL não conseguiu encontrar os advogados dos acusados.

Entenda o caso

O casal de namorados se hospedou no dia 2 de janeiro em uma das várias pousadas existentes na região e, segundo os responsáveis pelo local, teria saído de carro para um passeio na região, no final da tarde da sexta-feira (3).

Conforme a investigação, eles foram abordados pela dupla quando estavam fora do carro em um mirante existente na região. Os dois suspeitos teriam chegado ao local em uma moto. As vítimas foram levadas para as proximidades do rio Santo Antônio, onde teriam sido assassinadas, sendo os corpos atirados na água.

Em seguida, os suspeitos teriam tentado fugir com o carro, mas um sistema antifurto impossibilitou o funcionamento da caminhonete. Conforme a investigação, os dois foram embora, mas retornaram no dia seguinte e resolveram atear fogo no veículo.

A dupla supostamente contou com a ajuda de um adolescente, que é investigado pela polícia. O carro foi localizado na segunda-feira (6). Os investigadores ainda buscam por testemunhas que possam ajudar no caso.