Denúncias serão apuradas com profundidade, diz ministro sobre queda de ponte no Tocantins
O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta segunda-feira, 23, a abertura de um sindicância para apurar as responsabilidades pelo desabamento de uma ponte entre os estados do Maranhão e de Tocantins, que causou a morte de duas pessoas neste domingo, 22. Há ainda 14 pessoas desaparecidas. Quando ocorreu o desabamento, um vereador registrava sinais de desgaste da estrutura e erosões nas bases da ponte.
Renan Filho foi enviado pelo presidente Lula (PT) e concedeu entrevista após vistoria no local. Parte da coletiva de imprensa foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do ministro.
"Vamos abrir uma sindicância para verificar as causas que levaram à queda da ponte e responsabilizar aqueles que deram essas causas. É a maneira de fazer isso com Justiça e com celeridade, por um lado. Por outro lado, vamos cuidar para reconstruir a ponte o quanto antes", disse.
Ao ser questionado sobre as informações levadas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) a respeito dos problemas na estrutura da ponte por falta de manutenção, ele disse que a recuperação da ponte estava na previsão, mas infelizmente não deu tempo.
"O momento é de serenidade, de apuração com profundidade para verificar causas", disse, acrescentando. "Todas as denúncias serão apuradas com profundidade para verificar se houve alguém que deu causa ao desabamento da ponte."
Renan Filho informou que, no momento, o governo federal está oferecendo suporte às famílias que foram vítimas do acidente e estabelecendo uma logística emergencial para atender as necessidades de mobilidade da população da região.
A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira ligava as cidades de Estreito (MA) e Aguirarnópolis (TO). A estrutura que caiu, com 533 metros de extensão, fazia a travessia no Rio Tocantins na BR-226 (Belém- Brasília).
O passo seguinte, segundo o ministro, será a contratação emergencial de empresa para iniciar as obras de reconstrução "o quanto antes". Ele citou que duas grandes construtoras já se ofereceram para realizar o projeto e iniciar a obra que, pelo caráter emergencial, não depende de licitação. "Duas maiores empresas dessa área já se habilitaram para fazer essa obra sob regime de emergência. Nem licitação terá porque é uma situação de emergência", afirmou.
Risco de contaminação da água
Os caminhões-tanque transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico - produto químico corrosivo altamente perigoso. Por conta disso, as prefeituras de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), que fazem margem com o rio na região do acidente e eram ligadas pela ponte, emitiram um alerta de risco de contaminação da água.
A recomendação é que a população evite qualquer contato com a água do rio Tocantins. "O contato com esses produtos pode desencadear reações químicas graves e oferecer sério riscos à saúde, como queimaduras, intoxicações e outros problemas", diz o alerta.
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