Moradores relatam deslocamento de passarela da Linha Amarela em outro acidente
Um outro acidente com um caminhão, em 2011, pode ter contribuído para o desmoronamento da passarela da Linha Amarela que causou a morte de quatro pessoas nesta terça-feira (28), na zona norte no Rio de Janeiro. Moradores da comunidade Trajano, vizinha ao local do acidente, afirmam que desde então a passarela ficou fragilizada e tinha sofrido um deslocamento.
"No acidente de 2011, um caminhão bateu na passarela da mesma maneira, naquele mesmo lado, mas ela não caiu. Mas foi deslocada em alguns centímetros. Dava para perceber”, disse Gilson Cantilino, presidente da associação de moradores da comunidade. “Agora ela caiu inteira porque não fizeram as obras que tinham que fazer na época."
O morador acusa a Lamsa, concessionária responsável pela Linha Amarela, de negligência. "O acidente ocorreu num horário que os caminhões não poderiam passar por aqui. Ele vinha pela via há um bom tempo. Como é que a Lamsa não parou ele?”, questionou Cantilino. “Tem um monte de câmeras nesta rodovia pra quê?"
"A comunidade já falava que a passarela estava ruim. Sempre quando a gente passava, balançava. No outro acidente, os engenheiros da Lamsa só fizeram uma manutençãozinha, mas não colocaram no lugar direito", disse Pedro Borges, presidente da associação de moradores da comunidade Águias de Ouro. "Agora deu nisso. O poder público tem que construir uma passarela mais alta."
Procurada pela reportagem do UOL, a concessionária não se manifestou sobre o acidente de 2011 até as 13h30.
Moradores também relatam que o pai de uma das vítimas do acidente, o estudante universitário Adriano P. Oliveira, 26, viu seu filho cair da passarela sem poder socorrê-lo. Com o impacto, o garoto foi jogado no córrego que passa entre as duas pistas da via. "Ele ficou paralisado e estava se afogando. O pai viu tudo aquilo sem poder fazer nada", lamentou um morador, que não quis se identificar.
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