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Camelô usa drone e é ameaçado ao ser confundido com imprensa no Rio

O camelô Gérson Oliveira quase foi agredido após ser confundido como membro da imprensa e ameaçado por manifestantes - Hanrrikson de Andrade/UOL
O camelô Gérson Oliveira quase foi agredido após ser confundido como membro da imprensa e ameaçado por manifestantes Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

11/02/2014 01h00

O camelô Gérson Oliveira, que operava um drone durante o protesto desta segunda-feira (10), no centro do Rio de Janeiro, por pouco não foi agredido por manifestantes que o confundiram com os profissionais de imprensa. A confusão só terminou depois que Oliveira conseguiu convencer as pessoas que o cercavam de que ele era um comerciante. "Não sou da Globo, sou camelô!", exclamou.

O camelô disse ao UOL ter tomado a iniciativa de levar o drone à manifestação para "captar imagens de violência", referindo-se a eventuais excessos cometidos pela Polícia Militar. "A população vai conhecer o drone do bem. Estou aqui para fazer imagens pacíficas", declarou ele, em tom profético.

O equipamento completo, segundo Oliveira, custa cerca de R$ 5 mil, e é vendido em sua loja, no tradicional mercado popular da Uruguaiana, no centro do Rio. O drone é uma pequena aeronave que possui quatro hélices e uma câmera do tipo "Go Pro" acoplada em sua base. Ele tem autonomia para voar durante cerca de 15 minutos contínuos.

"Já esperava que fosse chamar atenção. Eles poderiam achar que eu era da reportagem da Globo ou um P2 [serviço de inteligência da PM] infiltrado. Mas eu só um camelô", declarou.

Oliveira disse ainda que essa não foi a primeira vez que ele usou um drone durante um protesto no Rio. "Em junho do ano passado, eu coloquei um helicóptero com a máscara do 'V de Vingança' [em alusão ao personagem Guy Fawkes, do filme 'V de Vingança']. Tenho tudo no YouTube", gabou-se.