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Defesa de skinheads suspeitos de racismo alega problemas mentais

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

26/02/2014 15h52

A juíza da 9ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, suspendeu o julgamento de três jovens acusados de racismo até que seja feita uma perícia médica para avaliação de sua saúde mental. Antônio Donato Baudson Peret, 25, Marcus Vinícius Garcia Cunha, 26, e João Matheus Vetter de Moura, 20, são acusados de racismo e de integrar grupos “skinhead”, de ideais neonazistas, que atuam em Belo Horizonte.

A defesa de Peret e de Cunha apresentou atestado médico à juíza alegando que os dois sofrem de “insanidade mental”. O processo de Moura, porém, encontra-se em fase de alegações e será concluído.

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O pedido partiu do advogado William Ferreira de Souza, que defende Antônio Donato Baudson Peret. “Pedi à juíza que suspendesse o processo para verificar se ele tem condições de discernir se seu ato (o ataque ao morador de rua) foi criminoso ou anti-social”, disse.

Segundo Souza, Peret faz tratamento psiquiátrico há muitos anos. “Mesmo assim, mantenho a tese inicial da defesa de que tudo não passou de uma brincadeira de mau gosto.”

Antônio Donato Baudson Peret postou em sua página pessoal no Facebook a imagem de um jovem que usava uma corrente para enforcar um morador de rua negro. Sob a foto, ele colocou a seguinte legenda: “quer fumar crackinho, quer? Em meio a praça pública cheia de criança?”. A imagem repercutiu nas redes sociais e gerou investigação policial que levou à prisão dos três jovens. Peret já havia sido preso por 

Peret ficou preso por seis meses na Penitenciária Nelson Hungria em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Cunha e Moura ficaram detidos por cinco meses no mesmo presídio. Agora que o processo foi desmembrado, eles vão responder à acusações em liberdade.

Racismo e família
Para o advogado William Ferreira de Souza, que defende Antônio Donato Baudson Peret, a acusação não tem procedência. “Sou negro e minha família é negra. Minha mulher é parda e meu filho de sete anos também. Comentei o fato com os pais do Donato, quando assumi o caso. Quando me encontrou, ele (Antônio Donato Baudson Peret) me abraçou”, disse.

“Se meu cliente fosse racista, não assumiria o caso de forma alguma. A incompatibilidade seria absoluta”, afirmou o advogado. “Donato tem muitos amigos negros e homossexuais”.

Os advogados de Marcus Vinícius Garcia Cunha e João Matheus Vetter de Moura não foram localizados pela reportagem do UOL.