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Paralisação da PF não afeta emissão de passaporte no Nordeste

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

11/03/2014 13h46

Agentes, escrivães e papiloscopistas da PF (Polícia Federal) realizaram protestos na manhã desta terça-feira (11) em várias cidades do Brasil. Eles estão em greve até a próxima quinta-feira (13), mas mantém 30% do efetivo trabalhando para cobrir os serviços essenciais à população, como emissão de passaportes, controle imigratório nos portos e aeroportos.

Em Recife, segundo o Sinpef (Sindicato dos Policiais Federais de Pernambuco), a redução do número de policiais federais vem causando atraso na emissão de passaportes, mas “nada extraordinário”. “A fila está pequena, mas andando”, informou um representante do sindicato, que preferiu não se identificar.

A ausência de filas no setor de passaporte também ocorreu em Natal, segundo o Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Norte. Em Maceió, a situação é tranquila.

Greve
Intitulado “Segurança Pública padrão Fifa?”, o movimento tem como objetivo denunciar a  falta de estrutura para a realização dos serviços de segurança policial durante a realização da Copa do Mundo. Os policiais federais também pedem a reforma no sistema de segurança pública.

Para chamar atenção sobre a paralisação, policiais se concentraram em frente à Superintendência da PF em Natal, no bairro Lagoa Nova, e na delegacia da PF em Mossoró (a 281 km de Natal). Em Maceió houve protestos e panfletagem em frente à sede da PF, localizada no bairro de Jaraguá. Em Recife, os policiais se concentraram em frente à Superintendência Regional, localizada no Cais do Apolo, para entrega de panfletos. No interior do Estado, a mobilização ocorreu em frente às delegacias da PF em Caruaru e Salgueiro.

A maior concentração está marcada para esta quarta-feira (12), quando policiais federais vão se concentrar em frente à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os manifestantes devem levar dezenas de elefantes brancos infláveis para realizar a “Marcha dos Elefantes Brancos”, simbolizando a “burocracia” e a “politicagem na Segurança Pública”, segundo nota da categoria.

“Pesquisas revelam que quase todos os policiais federais interpretam o descaso do Governo Federal como uma retaliação às operações anticorrupção que prenderam líderes políticos ligados ao Planalto”, informou em nota a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que representa sindicalmente mais de 20 mil policiais federais.

Segundo a Fenapef, a greve iniciada na segunda-feira (10) faz parte do calendário progressivo de paralisações da categoria. As ações tiveram início no dia 11 de fevereiro e ocorreram também nos dias 25 e 26.

A Fenapef ressaltou que a categoria não registra ganho salarial há sete anos. Pelas contas da federação, os policiais federais estão recebendo menos da metade do valor dos salários dos demais servidores públicos federais. “O último reajuste simbólico foi de 3,4% em 2009, o que tem gerado perdas salariais superiores a 40%, o que vem fazendo com que cerca de 250 policiais federais deixem a profissão todos os anos.”