Delegado trabalha com tese de latrocínio para a morte de Malhães
O delegado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense William Pena Júnior afirmou nesta segunda-feira (28) que, em princípio, a principal tese para a morte do coronel Paulo Malhães é de latrocínio (roubo seguido de morte). O militar, que relatou à CNV (Comissão Nacional da Verdade) ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar, foi encontrado morto na última sexta-feira (25), no sítio onde morava, em Nova Iguaçu.
Em entrevista à rádio "CBN", Pena Júnior disse que, apesar das informações obtidas até o momento apontarem para a hipótese de latrocínio, a possibilidade de "retaliação" pelo depoimento prestado na CNV não está descartada.
"A principal linha de investigação, até o momento, é o crime de roubo qualificado pelo resultado morte. É lógico que, paralelamente a isso, todos os dados relativos ao passado do coronel. Nesse primeiro momento, o seu depoimento à Comissão Nacional da Verdade não pode ser desprezado. Até porque seria um pecado capital para o início da investigação. Mas eu posso afirmar que, em princípio, a nossa tese principal é de crime patrimonial que resultou na morte do coronel", declarou.
O titular da DH-Baixada informou ainda que os três criminosos que invadiram a residência de Malhães levaram não só joias, armas e dinheiro, mas também computadores e rádios. Essa informação, porém, não é vinculada pela polícia a uma suposta ideia de queima de arquivo. "Quando a gente começa a investigar crime patrimonial, observamos que, em troca de dinheiro, o ladrão leva qualquer coisa que possa servir como moeda de troca".
"Mas é lógico que não podemos desprezar fator algum. A Polícia Civil, através da Divisão de Homicídios da Baixada, está atenta a todos os detalhes. Não estamos virando as costas para uma possível retaliação pelo depoimento dele [à CNV]. Tanto que vamos solicitar ainda nessa semana a cópia do depoimento deixado na Comissão da Verdade. Porém, reitero que a nossa linha principal de investigação é de latrocínio", completou Pena Júnior.
O delegado revelou que já foram confeccionados retratos falados dos suspeitos, porém o material não será divulgado "nesse primeiro momento", já que os investigadores ainda buscam mais detalhes a fim de compor a dinâmica do crime. Pela terceira vez, informou ele, a viúva de Malhães, Cristina Batista Malhães, e o caseiro do sítio --ambos foram feitos reféns no dia da morte do coronel--, serão chamados para depor.
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