Empresas calculam 467 ônibus depredados por grevistas no Rio
O Rio Ônibus (Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) informou que pelo menos 467 veículos de transporte coletivo foram depredados por grevistas, na manhã desta quinta-feira (8), em bairros da capital fluminense. Houve cenas de vandalismo principalmente na zona oeste da cidade, incluindo Barra e Jacarepaguá. As principais avarias são quebra de parabrisas, janelas e retrovisores.
A paralisação de 24 horas dos rodoviários, iniciada no primeiro minuto desta quinta, provoca uma série de transtornos na cidade: pontos cheios de passageiros, plataformas de metrô e trens superlotadas, entre outros. Uma cobradora da Viação Acari foi ferida com uma pedrada. Ela já recebeu atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Marechal Hermes e foi liberada.
De acordo com o Rio Ônibus, até 2012, 8.700 ônibus estavam em circulação pela cidade. Por mês, geralmente, são feitas 100 milhões de viagens, isto é, mais de 3 milhões de viagens por dia. Segundo as empresas, 30% da frota está circulando. Já o líder grevista, Helio Teodoro, diz que 80% dos motoristas aderiram à greve.
A zona oeste do Rio de Janeiro é a região da cidade mais afetada pela paralisação. Desde o início da manhã, vários piquetes prejudicam o trânsito na região. Por volta das 8h30, grevistas fecharam duas das três pistas da pista sentido Barra da Tijuca da Avenida Ayrton Senna, na saída da Linha Amarela. Eles tentaram evitar que um ônibus passasse pelo local, mas foram contidos por uma viatura da Polícia Militar.
Perto dali, outra manifestação fechou mais cedo a avenida Edgard Werneck, em Jacarepaguá. Poucos ônibus comuns circulam pelo bairro. Os pontos estão lotados. Os ônibus executivos, conhecidos como frescões, circulam cheios, com passageiros em pé. Os motoristas que não aderiram à greve estão trabalhando sem uniforme.
No começo da manhã, um protesto bloqueou por cerca de uma hora a pista lateral da avenida Brasil, em direção ao centro, em frente à Fundação Oswaldo Cruz, em Manguinhos, na zona norte. O tráfego da via já foi liberado, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio.
O consórcio BRT Transoeste informou que está com o funcionamento suspenso no trecho entre Santa Cruz e Campo Grande.
A greve foi decretada durante reunião realizada na noite desta quarta-feira (7). O Sintraturb (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro), que representa 40 mil trabalhadores rodoviários, disse que não organizou a greve e, em nota, afirmou que considera a paralisação "uma atividade com fundo político".
Motoristas e cobradores em greve reivindicam aumento salarial maior que os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus, o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica, de R$ 150 para R$ 400.
O MetrôRio informou que todas as estações funcionam normalmente e o intervalo entre as composições é regular. A empresa informou ainda que, por causa da greve e do grande volume de passageiros, ocorre "controle de fluxo de entrada". Ainda segundo o MetrôRio, não estão sendo vendidos bilhetes de integração entre metrô e ônibus.
A SuperVia, consórcio que opera os trens da região metropolitana do Rio, informou operar com toda a sua frota na manhã desta quinta.
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