Topo

Presos aproveitam falta de luz e chuva para fugir de penitenciária no MA

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

15/05/2014 14h36

Três presos conseguiram fugir nesta quinta-feira (15) da Penitenciária de Pedrinhas, localizada no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. No momento da fuga, por volta das 4h30, chovia forte e houve queda de energia.

Os três internos fugiram por um buraco aberto na parede da cela 38, do pavilhão F1. Depois que passou pelo buraco, o trio chegou ao pátio e pulou o muro da unidade prisional.

Segundo a Sejap (Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária), a segurança da penitenciária percebeu uma movimentação estranha e conseguiu evitar que outros presos fugissem.

Os fugitivos são Adriano de Jesus Costa Pereira, Roni Thiago Borges Reis e Reinaldo Costa Araújo.

O Geop (Grupo de Escolta e Operações Especiais) e o Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) estão fazendo buscas para recapturar os três fugitivos, sem sucesso até agora.

Em menos de 24 horas, outra fuga de internos do sistema penitenciário do Maranhão foi registrada. Na noite dessa quarta-feira (14), seis menores infratores fugiram da Funac (Fundação da Criança e do Adolescente), localizada no bairro do Anil. Todos eles já foram recapturados pela PM (Polícia Militar).

Segundo a Sedihc (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania), os adolescentes são internos do Centro da Juventude Canaã e estavam na unidade do Anil por conta da reforma do prédio. Eles cumprem medida socioeducativa nos alojamentos 2 e 4 da unidade do Anil.

Outras fugas

Esta é a quinta fuga de presos por túnel nos últimos 45 dias em unidades prisionais que compõem o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ao todo, foram 12 presos que fugiram de unidades que compõe o complexo de Pedrinhas.

Cinco presos conseguiram fugir por um túnel aberto no Presídio São Luís I, no Complexo de Pedrinhas, no último 7. O chefe de segurança do presídio foi exonerado do cargo e foi determinada a abertura de sindicância para apurar as responsabilidades pela fuga.

O sistema prisional do Maranhão vem enfrentando uma crise na segurança, associada ao domínio de facções criminosas que atuam nas unidades prisionais, de acordo com um relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

No dia 3 de janeiro, chefes da facção Bonde dos 40 --nome em alusão à pistola .40-- ordenaram a integrantes fora dos presídios que colocassem fogo em vários ônibus na capital maranhense. Quatro ônibus foram atacados, sendo três deles incendiados, e cinco pessoas foram queimadas --uma criança morreu com 95% do corpo queimado.

A rivalidade entre grupos dentro dos presídios tem tornado as unidades prisionais extremamente violentas. Somente em 2013, foram 60 presos assassinados --em alguns casos houve decapitações. Há também constantes denúncias de presos de violações de direitos humanos.

Somente este ano 13 presos morreram em unidades prisionais do Maranhão. A última morte ocorreu no dia 29 de abril, no Centro de Ressocialização Jorge Vieira, em Timon (a 428 km de São Luís).

Superlotado, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é o foco da crise, com 2.200 presos onde deveriam estar 1.700, no máximo.

O complexo está sob segurança da Polícia Militar e da Força de Segurança Nacional desde o último dia 27 de dezembro.