Metrô e sindicato não chegam a acordo, e assembleia decide futuro da greve
Nova audiência de conciliação no TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) entre representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e do Metrô-SP, para tentar pôr fim à greve da categoria, terminou mais uma vez sem acordo na tarde desta quinta-feira (5). Às 17h30, havia 37 das 62 estações abertas.
Na reunião de hoje, os metroviários reduziram de 16,5% para 12,2% o pedido de reajuste salarial. O Metrô-SP manteve o percentual de 8,9% de reajuste, já oferecido na reunião passada, realizada ontem.
Na noite de hoje, os metroviários farão uma assembleia para decidir se mantém ou encerram a greve. A tendência é que a categoria permaneça paralisada já que os percentuais oferecidos pelo Metrô na reunião de hoje haviam sido rejeitados pelos trabalhadores anteriormente.
“É a mesma proposta de ontem. Não temos condições de aceitar. A greve deve continuar”, disse Altino Melo Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários. “Queremos que o governador [Geraldo Alckmin] assuma para si o comando da negociação. Ele não pode tratar o problema dos trabalhadores como birra.”
Caso a assembleia mantenha a greve, a Justiça do Trabalho deverá decidir o futuro do movimento grevista. Na audiência de hoje, a desembargadora Rilma Aparecida Hemetério deu 24 horas para o sindicato manifestar-se sobre duas representações do Metrô. Uma pede a ilegalidade da greve, a outra solicita ao tribunal que estabeleça os percentuais de reajuste e outros termos da negociação.
O julgamento da legalidade da greve estava previsto para amanhã (5). Com o prazo dado pelo tribunal, o julgamento só deverá ocorrer no final de semana ou a partir de segunda-feira. Será nomeado um relator que irá apresentar seu voto ao pleno do TRT, composto por dez desembargadores.
Até o novo julgamento, permanece válida a liminar, concedida pela desembargadora na noite de ontem, que obriga os metroviários a manter ao menos 70% do pessoal trabalhando ao longo do dia e 100% nos horários de pico. “Isso, na prática, é não ter greve. É uma opção que enterra a greve”, afirmou o presidente do sindicato.
Percentuais
Na semana passada, o Metrô chegou a oferecer 5,2% --o equivalente à inflação-- e depois aumentou a proposta para 7,8%. Diante da iminência da greve, a companhia propôs 8,9%.
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Desde o início da campanha salarial, iniciada no começo de maio, o sindicato exige um aumento salarial de “dois dígitos”. Inicialmente, o pedido era de 35,7%, mesmo percentual de reajuste que uma comissão do Senado aprovou para os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Ontem, também em reunião no TRT, a categoria exigiu reajuste de 16,5%.
Na reunião, os sindicalistas também concordaram com a proposta do Metrô de uma cota mensal de R$ 669 de vale-refeição.
Na audiência, o Metrô esteve representado pelos gerentes de recursos humanos Alfredo Falchi Neto e Edna Silva Santos Prates, e pelos advogados Nelson Mannrich e Evandro dos Santos Rocha.
Os trabalhadores estavam representados por Altino de Melo Prazeres Junior, presidente do Sindicato dos Metroviários, Paulo Pasin, presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários), além de advogados e outros diretores do sindicato. O Sindicato dos Engenheiros também esteve representado por diretores e advogados.
Ontem, a desembargadora concedeu liminar ao Metrô e determinou que ao menos 70% dos metroviários trabalhassem. Nos horários de pico, o percentual deveria ser de 100%.
O sindicato diz que foi notificado da decisão depois das 21h, quando a assembleia que deliberou pela greve já havia terminado. Os metroviários dizem que, antes do início da assembleia, eles foram notificados de uma decisão de um juiz do TRT que havia negado a liminar com o argumento de que as partes iriam se reunir hoje na reunião de conciliação. Por esta razão, o sindicato diz que não cumpriu as determinações da desembargadora.
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