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Funcionários e diretor de hospital são indiciados por morte durante greve

Do UOL, no Rio

14/07/2014 15h08

O delegado Roberto Gomes, da 9ª DP (Catete) do Rio de Janeiro, indiciou nove pessoas por homicício doloso –com intenção de matar—pela morte do fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, 63, em junho. Ele morreu do lado de fora do INC (Instituto Nacional de Cardiologia), após sofrer um infarto dentro de um ônibus que passava em frente ao local. O hospital público não tem atendimento de emergência e estava em greve.

Segundo a Polícia Civil, foram indiciados o diretor geral do hospital e outros nove funcionários. Não foram divulgados os nomes dos indiciados. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público nesta segunda-feira (14).

Marigo fazia a viagem em um ônibus da linha 422 (Grajaú-Cosme Velho) quando passou mal. Ao ser alertado por passageiros sobre o homem que passava mal, Amarildo Gomes, motorista do ônibus, parou o veículo em frente ao INC e foi orientado pelos funcionários do hospital a ligar para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Uma equipe do Samu que fazia o transporte de outro passageiro para o INC prestou os primeiros socorros ao homem, que não respondeu às tentativas de reanimação e faleceu. Em nota, o INC informou que não foi "dimensionada a gravidade do caso" por parte da pessoa que informou na recepção do hospital que o fotógrafo precisava de atendimento médico emergencial.

Marigo era um fotógrafo renomado, especializado em imagens da natureza brasileira. Além de ter fotografias publicadas em diversas revistas brasileiras e estrangeiras, ele publicou dez livros sobre o tema e recebeu menções honrosas em concursos fotográficos internacionais. Ele também foi o responsável por fotografar os animais da fauna brasileira que apareciam em cartões que acompanhavam os chocolates Surpresa, da Nestlé, na década de 1980.