Para advogados de defesa no caso Bruno, primo do goleiro "quer holofotes"
Advogados que atuaram na defesa de réus no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, disseram nesta quinta-feira (24) que Jorge Rosa Sales, primo do goleiro, “busca holofote” e seria “mentiroso”.
As declarações foram dadas após entrevista de Sales na qual ele revelou que o corpo da mulher está enterrado próximo ao aeroporto da Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Conforme o advogado Ércio Quaresma, defensor do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, apontado pelo Ministério Público (MP) como o executor de Eliza, o primo do goleiro mudou várias vezes a versão para o caso e tratou as declarações dele com ironia.
“Pela 48º versão ele mudou a versão. O processo está sem holofote, então alguém está precisando de holofote, sinceramente”, limitou-se a dizer.
Atualmente, Bola cumpre pena na Casa do Policial, uma instituição voltada para abrigar ex-policiais condenados pela Justiça.
Já Eliézer Jônatas de Almeida Lima, que defendia Jorge Sales, chamou o ex-cliente de “mentiroso”, ao rebater acusações feitas contra ele pelo primo de Bruno. Segundo o Sales, as mudanças de versões dadas durante o processo teriam sido feitas por pressão do advogado.
“Infelizmente, eu não qual o motivo de ele aparecer na mídia e falar isso. Mentiroso, ele continua sendo. Eu jamais o orientei nesse sentido. E essa versão que ele deu hoje, em nenhum momento ele me contou. Então você está vendo que ele mente o tempo inteiro. Para mim, ele está querendo aparecer”, afirmou. Lima disse que não advoga mais para Sales.
Tiago Lenoir, que representa o goleiro Bruno, afirmou ter ficado “surpreso” com as declarações de Jorge Sales.
“Ele teve oportunidade de falar isso varias vezes e não falou”, declarou.
Lenoir adiantou que vai aguardar alguma movimentação por parte da polícia ou do Ministério Público (MP).
“Vamos esperar para ver se essa notícia vira prova. Se ela virar prova e for juntada ao processo, aí ela terá a interpretação devida”, salientou.
Ex-goleiro Bruno nega paternidade do filho com Eliza Samúdio
Acusações mais graves foram contra Macarrão
Durante a entrevista dada à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, Jorge Rosa Sales centrou as acusações mais graves contra Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, ex-secretário de Bruno.
Ele cumpre pena pela morte de Eliza Samudio na Penitenciaria de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo Jorge Sales, além de ter participado da execução de Eliza, Macarrão teria tentando seria o responsável pela morte de Sérgio Rosa Sales, conhecido como Camelo e primo do goleiro Bruno morto a tiros em agosto de 2012, no bairro Minaslândia, região norte de Belo Horizonte.
Na época, a polícia concluiu que Camelo foi vítima de crime passional. Ele havia “paquerado’ a amante do acusado de tê-lo matado a tiros.
“O Sérgio era muito mulherengo, mas não mexia com a mulher dos outros. Com certeza tem sim (a morte de Sérgio ter ligação com o caso Eliza Samudio). Ele sabia demais e falou muito o que não era para ter falado”, afirmou.
Ao ser questionado sobre quem estaria por trás da morte de Camelo, Jorge Sales acusa Macarrão.
“Ele nunca gostou do Sérgio. Porque o Sérgio era quem deveria administrar tudo para o Bruno, mas ele não quis agarrar a oportunidade. (....) Macarrão começou a tomar conta das coisas do Bruno. Quando Sérgio quis voltar, o Macarrão começou a fazer a cabeça do Bruno”, afirmou.
Jorge Sales diz que sua morte também teria sido planejada pelos envolvidos na morte de Eliza Samudio.
“Fiquei sabendo pelo Cleitão, parceiro dele (Macarrão) lá do (Bairro) Liberdade (bairro de Ribeirão das Neves – cidade da região metropolitana de Belo Horizonte)”. Conforme o primo do goleiro, o temor da reação da família de Sales teria demovido os mentores de sua morte. O UOL não conseguiu contato com o advogado de defesa de Luiz Romão.
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