Após laudo, Alckmin defende ação da polícia que prendeu ativistas em SP
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), saiu nesta terça-feira (5) em defesa do trabalho da polícia após a divulgação de dois laudos atestando que os artefatos encontrados com manifestantes presos em junho não eram explosivos.
Em resposta a críticas de que as provas teriam sido plantadas, o tucano, que é candidato à reeleição, ressaltou que foi a “própria polícia” que fez o laudo.
"Foi a própria polícia, o Instituto de Criminalística, a polícia científica, que fez o laudo. A própria polícia que mostrou que este caso aqui não tinha explosivo", afirmou em Brasília, onde esteve na Câmara dos Deputados para defender projeto que torna o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) mais rígido.
Ele repetiu o discurso da Secretaria de Segurança Pública de que a prisão foi feita com base também em outros fatores, embora a principal justificativa da polícia no ato da prisão tenha sido a suspeita de levarem explosivos.
“Mas não é só isso, você tem a razão da prisão, outros fatores que a polícia levanta”, disse Alckmin.
Apresentados pela Secretaria de Segurança Pública como os primeiros "black blocs" presos em flagrante por associação criminosa, o professor Rafael Lusvarghi e o estudante Fabio Hideki Harano estão detidos desde o dia 23 de junho depois de um protesto na avenida Paulista contra a Copa.
Segundo laudos técnicos do Gate (grupo antibombas da PM) e do Instituto de Criminalística, os objetos encontrados nas mochilas dos ativistas não tinham nem sequer poder incendiário.
O governador evitou entrar em detalhes sobre o caso, passando a responsabilidade para a secretaria. "A polícia procura fazer um trabalho importante, não apenas essa questão do explosivo, mas você tem outras formas de cometer violência, mas como é um assunto... vou deixar que a Secretaria de Segurança Pública detalhar melhor.”
Questionado se considerava que o Ministério Público havia se precipitado ao oferecer denúncia sem que os laudos estivessem concluídos, Alckmin tergiversou e fez críticas ao vandalismo ocorrido em diversos atos.
"Devemos ouvir o Ministério Público e vamos esperar que a Secretaria de Segurança Pública fale, mas é importante destacar isso: infelizmente, nós verificamos ônibus sendo queimados, patrimônio público, metrô e outros órgãos públicos sendo depredados, patrimônio privado depredado. Então é impossível isso, isso é crime e não pode ser tolerado.”
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