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Polícia indicia dois por estupro coletivo de jovem de 17 anos em Bauru

Wagner Carvalho

Do UOL, em Bauru

11/08/2014 22h41

A Polícia Judiciária de Bauru, interior de São Paulo, concluiu nesta segunda-feira (11) o inquérito do caso do estupro coletivo envolvendo uma adolescente de 17 anos e cerca de 10 homens. O caso foi denunciado na madrugada do último dia 2 ,em Bauru.

Dois jovens foram indiciados pelo estupro da menor --dois homens, um de 19, outro de 22 anos--, os mesmos que estavam presos após serem identificados pela vítima.

A defesa dos dois jovens que foram indiciados nesta terça-feira conseguiu, no final da tarde de hoje, a liberdade dos jovens que estavam presos na cadeia de Barra Bonita.

O promotor do Ministério Público Estadual que recebeu o caso, Júlio César Palhares, pediu a revogação da prisão preventiva dos dois suspeitos. O pedido foi aceito pelo juiz da 4º Vara Criminal de Bauru, Fábio Bonini. Com essa decisão, os dois poderão responder em liberdade a um eventual processo.

Outros dois suspeitos foram ouvidos pela delegada responsável pelo caso, Priscila Bianchini, mas a vítima não foi capaz de reconhecê-los, e por isso foram libertados.

Para delegada, há testemunhos e provas que vão "contra a tese do estupro"

De acordo com a delegada o trabalho da Polícia Civil está concluído, e cabe agora ao MP (Ministério Público) decidir se vai denunciar ou não os acusados. “Novas provas podem aparecer no decorrer do processo, mas acredito que o que foi remetido no inquérito é suficiente para que o MP tome sua decisão”, disse a delegada.

"Há testemunhas relatando que a jovem teria demonstrado disposição em manter relações sexuais com o grupo e que eles ‘não fizeram nada que ela não quisesse’", afirmou Priscila. "Isso vai contra a tese do estupro”.

Outra prova que foi incluída no inquérito é o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que não constatou fissura lesão ou hematomas na adolescente. “O crime de estupro sempre deixa provas no corpo da vítima, mas o laudo do IML não apontou as provas tradicionais do crime”, disse a delegada.

No inquérito encerrado nesta segunda-feira, estão depoimentos de pessoas com ligação com a vítima e com os acusados, pessoas que tiveram contato com a vítima no dia seguinte ao fato e de testemunhas que não conheciam nem os acusados e nem a adolescente.

“Incluímos ainda vídeos das câmeras de segurança próximas do terreno onde aconteceu o possível estupro e o laudo do IML”, confirmou a delegada.

“Os dois suspeitos estão presos e foram indiciados porque a vítima, no reconhecimento, apontou que eles com certeza teriam participado do crime”, conta.

Um dos indiciados confirmou ter mantido relações sexuais com a adolescente, mas afirma que foi com o consentimento dela. O outro nega qualquer tipo de participação no ato.

“Conseguimos coletar o maior número de provas possíveis, fatos de extrema importância para o inquérito, laudo sexológico, celular de um dos acusados apreendido, fotos, imagens de câmeras de monitoramento da região. Tudo deve embasar a decisão da Justiça”, conclui a delegada.

Jovem diz que foi obrigada a consumir álcool e drogas antes de ser estuprada

A adolescente de 17 anos disse à polícia que aceitou a carona de um conhecido para ir embora da festa de aniversário de Bauru, na madrugada do sábado 2 de agosto, no Parque Vitória Régia.

Quando estavam próximo do local onde o carro estaria, ela foi apresentada a outros rapazes, cerca de 10, e eles teriam obrigado a jovem a ingerir bebidas alcoólicas e fazer uso de drogas. Após isso, teria sido levada para o terreno e estuprada pelo rapazes.

De acordo com o testemunho da menor, todos os jovens fugiram do local após o estupro, e um deles levou o aparelho celular da vítima. Ela procurou ajuda na vizinhança e a Polícia Militar foi chamada para atender a ocorrência.