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Ex-delegado acusado da morte de namorada é flagrado fora da cadeia em MG

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

14/11/2014 16h33

O ex-delegado Geraldo Toledo Neto foi flagrado fora das dependências da Casa de Custódia da Polícia Civil mineira, em Belo Horizonte, onde está preso aguardando julgamento pela acusação do assassinato da namorada, uma jovem de 17 anos, ocorrido no ano passado.

A saída do ex-policial da casa de detenção, voltada para abrigar agentes da corporação que cumprem penas por crimes ou respondem a processos judiciais, foi flagrada pela "TV Alterosa", emissora afiliada do SBT em Minas Gerais. A matéria, no entanto, não precisou o dia em que a saída dele ocorreu.

Na gravação, o policial é filmado enquanto supostamente se dirigia a uma unidade de uma universidade que mantém ensino à distância, no bairro Floresta, na região leste da capital mineira. O ex-delegado estava acompanhado supostamente por dois policiais civis e estaria matriculado no curso de história

Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque, da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Ouro Preto (a 95 km de Belo Horizonte), onde o processo tramita, não autorizou, até o momento, pedido do ex-delegado para frequentar o curso. Mesmo à distância, haveria a necessidade da presença do aluno em datas específicas na universidade.

Neto já foi pronunciado a júri popular, mas a sua defesa entrou com recurso no TJ-MG.

O UOL entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil. O setor informou que o diretor da Casa de Custódia, que não teve o nome divulgado, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira (14). Ele foi ouvido e teve o depoimento encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil.

Em entrevista à emissora de TV, o advogado da família da jovem informou que irá entrar com pedido para que o ex-policial seja transferido para um presídio comum.

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Relembre o caso

O ex-delegado Geraldo Neto é acusado de ser o autor de disparo de arma de fogo que acertou a cabeça da jovem A.L.S, que tinha 17 anos quando o crime ocorreu, em abril do ano passado, em um estrada nas proximidades da cidade de Ouro Preto.

Na época, Neto negou o crime e afirmou que a jovem tentou se matar após o casal ter tido uma discussão dentro do seu carro.

A jovem foi deixada por um homem não identificado em uma unidade de saúde da cidade histórica e, em seguida, transferida para o Hospital de Pronto-Socorro João 23, em Belo Horizonte. Ela permaneceu em estado gravíssimo no local e morreu no dia 3 de junho de 2013.

Exames periciais feitos pela polícia descartaram a presença de pólvora nas mãos da jovem.

Em outubro do ano passado, Neto foi exonerado da corporação por causa de seu envolvimento no registro e licenciamento de duas motocicletas com chassis adulterados, entre os anos de 2005 e 2007. Ele era titular do Detran da cidade de Betim, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. O UOL está tentando contato com advogados de defesa do ex-policial.