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Pescadores desbloqueiam porto de Itajaí (SC) e liberam cruzeiro de turistas

Transatlântico que estava bloqueado por pequenos barcos em Itajaí (SC) - Marcos Porto/ Agência RBS/ Estadão Conteúdo
Transatlântico que estava bloqueado por pequenos barcos em Itajaí (SC) Imagem: Marcos Porto/ Agência RBS/ Estadão Conteúdo

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

06/01/2015 16h05

Os pescadores de Santa Cararina acabaram nesta terça-feira (6) com o bloqueio do porto de Itajaí (96 km de Florianópolis) e liberaram um transatlântico que tinha 1.800 passageiros e que estava parado no local desde ontem (5). O bloqueio era um protesto contra uma portaria do Ministério do Meio Ambiente que vetava a pesca de algumas espécies de peixes, regra que valeria a partir de junho. Houve um acordo entre os pescadores e os ministérios do Meio Ambiente e da Pesca para o fim da manifestação.

O protesto dos pescadores começou na segunda (5) e mantinha o porto de Itajaí, o sexto maior do Brasil, parado. A ação dos pescadores impediu que o navio Empress, que transportaria até 1.800 passageiros, a maioria estrangeiros, saísse do porto. O navio é da companhia espanhola Pullmantur, subsidiária da operadora de turismo norte-americana Royal Caribbean, que oferece cruzeiros na costa brasileira enquanto é inverno no hemisfério norte.

Os passageiros estavam impedidos de deixar o navio, atracado no porto, enquanto durasse o bloqueio. Eles já tinham descido no porto e passado pela alfândega, mas regras da Receita Federal impedediam novo desembarque.

O bloqueio promovido por pescadores (tanto grandes indústrias como pescadores independentes, numa rara união de interesses) era contra a proibição de pesca de 475 espécies (90 são as mais comuns nas águas próximas a Itajaí), proibição que só valerá a partir de junho.

O barco deveria ter zarpado para Montevidéu às 17h dessa segunda (5), quando foi bloqueado pelos pescadores. A empresa proibiu seus tripulantes de comentar o incidente.

Acordo

O fim do bloqueio ocorreu após acordo entre os pescadores e os ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, que aceitaram colocar os sindicatos da categoria (Sintrapesca, dos trabalhadores) e Sindipi (das indústrias pesqueiras), no recém-criado grupo de trabalho para revisar a portaria que veta a pesca de algumas espécies.

O anúncio da criação do grupo foi feito na noite de segunda-feira pelo governo, mas nele não constavam os sindicatos. Uma assembleia de pescadores decidiu então pela continuação do bloqueio, que terminou nesta terça, após o acordo.