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Sindicato ameaça greve de ônibus em Curtiba nesta quinta (8)

Jorge Olavo

Do UOL, em Curitiba

07/01/2015 17h32

Motoristas e cobradores do sistema de transporte público de Curitiba (PR) e região metropolitana ameaçam não trabalhar a partir da 0h desta quinta-feira (8) por causa do atraso no pagamento dos salários. O anúncio da greve foi feito nesta quarta-feira (7), por meio de nota, pelo sindicato da categoria (Sindimoc).

O sistema de ônibus da cidade atende 2,2 milhões de usuários em 14 municípios ao dia. 

Conforme a nota divulgada pelo sindicato, a greve foi marcada em assembleia ocorrida em 30 de dezembro de 2014.

A diretoria do Sindimoc diz lamentar que as empresas responsáveis pelo transporte coletivo “insistem em atrasar ou não pagar os débitos com os seus empregados”. O sindicato lista sete empresas que estariam com salários atrasados.

A nota critica ainda a “omissão” e o “cabo de guerra” entre a Urbs (Urbanização de Curitiba S/A), a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) e o Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana), que continua “a prejudicar os trabalhadores e, consequentemente, a população”.

O UOL tentou contato, sem sucesso, com a diretoria do sindicato.

Empresas

Questionado sobre os atrasos de pagamento, o Setransp também se manifestou por meio de nota, criticando o atraso no repasse de dinheiro por parte do poder público.

De acordo com a entidade que representa as empresas de ônibus, por causa dos atrasos, empresários tiveram de recorrer a empréstimos financeiros no final de dezembro para pagar a segunda parcela do 13º salário e do adiantamento salarial. O Setransp reclama que cerca de R$ 10 milhões não foram repassados pelo poder público às empresas.

A Urbs – empresa ligada à Prefeitura de Curitiba e responsável por gerir o sistema de transporte público da cidade – informou, por meio de assessoria de imprensa, que há atraso no repasse de R$ 10,2 milhões às empresas e informa ainda que o governo estadual deve R$ 16,5 milhões ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) desde outubro de 2014.

O valor repassado pelo governo do Paraná e pela Prefeitura de Curitiba às empresas é um subsídio para cobrir a diferença entre a tarifa técnica do sistema e o valor da passagem paga pelos usuários.

Em relação à greve anunciada para esta quinta-feira (8), a Urbs diz ter solicitado à Justiça que determine a circulação de frota mínima na Grande Curitiba e avalia outras medidas para minimizar os impactos da paralisação.

Sem confirmar valores, a Comec, ligada ao governo do Estado, assume não ter repassado verba para o FUC desde o ano passado. A justificativa para o atraso seria a dificuldade de acesso a uma planilha do fundo. A coordenação, vinculada ao governo estadual, diz ter solicitado a planilha à Urbs, mas não teve retorno.