Pezão contradiz secretário e volta a negar hipótese de racionamento no Rio
No mesmo dia em que o secretário estadual de Ambiente do Rio de Janeiro disse não descartar a possibilidade de ocorrer um racionamento de água no Estado daqui seis meses, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou a negar que isso ocorra.
Pezão afirmou nesta sexta-feira (23) que "diversas empresas foram alertadas há dois anos para fazerem novas captações e algumas obras por causa da estiagem".
Mais cedo, André Correa (PSD) afirmou que o governo tem um período de seis meses para arrumar a casa e evitar medidas drásticas a fim de resolver a crise hídrica que afeta a região Sudeste.
Se as chuvas não encherem os reservatórios da bacia do Paraíba do Sul até o começo do segundo semestre, Correa considera, inclusive, ter que executar um programa de racionamento de água, o que já consta do plano de contingência da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). "Isso é algo que nós não descartamos", afirmou o secretário.
Apesar de afirmar que não há risco de racionamento, Pezão disse que estão sendo estudadas medidas de emergência para "fortalecer o abastecimento" como a captação de água de reuso da estação de tratamento de esgoto da Alegria, no Caju, na zona norte do Rio.
Outra possibilidade é o uso do reservatório da represa de Ribeirão das Lajes, em Piraí, que está sendo poupado e , segundo o governador, poderia abastecer a capital "por uns três meses".
Ontem, o nível do reservatório de Paraibuna, o maior dos quatro que abastecem o Estado do Rio, chegou a zero pela primeira vez desde 1978, quando ele foi inaugurado, e a captação avançou sobre o volume morto.
"Nunca enfrentamos algo assim. Mas a gente acredita que atravessa o ano mesmo que a chuva não venha na intensidade que estamos esperando”, disse o governador.
“Tomamos uma série de medidas e estamos atravessando esse período de seca com manobras, vendo as horas de transferir de um reservatório para outro. Estamos conseguindo passar por esse período muito bem até a gora. Vamos começar a intensificar uma grande campanha para as pessoas não desperdiçarem água. Tenho conversado com especialistas que acham que vai chover muito até maio", disse.
Pezão também afastou a possibilidade de o governo adotar a proposta defendida pelo secretário de um novo modelo de cobrança pelo uso da água, com descontos para quem consome menos e sobretaxa para quem consome mais.
"Não está previsto aumento da tarifa. Não é uma medida que vamos realizar este ano." (Com Estadão Conteúdo)
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