Milícia é alvo de operação policial em condomínios do Minha Casa no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério Público do Estado e da Polícia Militar, realiza nesta sexta-feira (14) uma ação para desarticular grupos de milicianos que atuam em condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida na capital fluminense.
Na operação, batizada Alfa, agentes da Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) percorrem 39 conjuntos residenciais, nos quais vivem cerca de 30 mil pessoas, e 11 estabelecimentos comerciais, todos situados na zona oeste da cidade. O objetivo é cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.
Na versão da Polícia Civil, os criminosos cobram taxas por serviços clandestinos (crime de extorsão). Moradores e comerciantes são coagidos a pagar mensalidades em troca de uma suposta proteção. Aqueles que se negam a pagar estão sujeitos a sanções.
Há relatos de pessoas que foram expulsas de suas casas, mesmo tendo sido beneficiadas por meio do programa habitacional do governo (que impede a transferência de títulos). Se as vítimas se negam ou desafiam a quadrilha, os milicianos matam as vítimas e ocultam os corpos.
O inquérito revelou ainda que os criminosos impõem aos moradores compra de cestas básicas por valores acima do mercado, controlam esquemas de agiotagem, exploram a distribuição ilícita de sinal de TV a cabo e internet (serviço conhecido como "gatonet"), extorquem dinheiro de motoristas de vans, entre outros delitos.
Ação conjunta
A operação deflagrada nesta sexta é resultante de investigação iniciada pela Draco-IE, que reuniu informações que indicam a existência de milicianos da "Liga da Justiça", um dos principais grupos paramilitares em atividade no Rio, em condomínios do Minha Casa, Minha Vida localizados nos bairros Santa Cruz, Paciência, Sepetiba, Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Senador Camará, Realengo e Santíssimo.
No total, informou a Secretaria de Estado de Segurança Pública, participam da força-tarefa 350 policiais --a Polícia Civil tem a colaboração da 2ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), da Corregedoria da PM.
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