Governo do PA quer evitar que pessoas comam bois mortos em naufrágio
Técnicos da Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) e da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde) estão fiscalizando transporte de animais nas estradas e nos rios da região do município de Barcarena, nordeste do Pará, para apreender carne furtada do carregamento de bois que afundou junto com o navio cargueiro Haidar, de bandeira libanesa, no cais do porto de Vila do Conde, nesta terça-feira (6). As fiscalizações começaram ontem e prosseguem sem data para terminar.
A embarcação estava atracada do cais, carregada com 5.000 cabeças de gado, que seriam levadas para o abate na Venezuela, quando tombou e afundou, matando milhares de bois. Algumas embarcações ajudaram no resgate de animais que saíram pela lateral do navio, mas a maioria morreu afogada dentro do compartimento de carga do navio.
Horas depois do acidente, animais que morreram afogados começaram a boiar no mar e foram trazidos pela maré para a praia. Moradores de Barcarena aproveitaram para retalhar os corpos dos bois na beira-mar e dividir a carne para consumo.
Devido ao risco sanitário que a carne possui por não ter certificação sanitária, o Estado montou um centro de crise para auxiliar as ações das equipes da Adepará e da Sespa, juntamente com órgãos da Segurança Pública, para que as carnes furtadas sejam apreendidas e incineradas. Os animais mortos que estão chegando à praia do Conde estão sendo recolhidos para serem incinerados.
Segundo a Sespa, a população está recebendo orientações a não adquirir ou consumir carne bovina sem procedência comprovada. “Neste sentido, inclusive, equipes de vigilância da 6ª Regional da Sespa, sediada em Barcarena, em conjunto com a Vigilância Sanitária do município, vêm atuando nas comunidades e orientando sobre os riscos do consumo de carne bovina em condições inadequadas”, informou o governo do Estado.
Segundo a Adepará, cerca de 40 animais vivos foram recuperados e deverão ser devolvidos à proprietária da carga.
Praia interditada
O acidente com o navio causou derramamento de óleo no mar. Uma mancha próxima à embarcação vem sendo monitorada pela prefeitura de Barcarena e pela Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade). As equipes estão avaliando os danos causados e a praia do Conde deverá ser interditada para banho.
Ainda nesta quarta-feira, mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Pará e de outros Estados avaliarão a situação da embarcação para montar uma operação para retirada dos corpos dos bois que ficaram presos dentro do compartimento de carga do navio.
O Grupo de Vistoria e Inspeção da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental está realizando perícia no navio para apurar as causas no naufrágio. O prazo de conclusão do inquérito é de 90 dias.
A Companhia de Docas do Pará informou que está apurando se a empresa responsável pelo transporte dos animais tinha plano de contenção para ser usado em caso de acidentes.
Em nota, a proprietária da carga, a empresa Minerva Foods, informou que, após o embarque do gado, a responsabilidade pela carga é da empresa de transporte marítimo contratada pela companhia.
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