Em Sorocaba, lei proíbe avenida que margeia rio de ser chamada de marginal
Uma lei que entrou em vigor ontem proíbe a instalação de placas e a divulgação, na comunicação oficial, do termo "marginal" para designar a avenida Dom Aguirre, que margeia o rio Sorocaba, na cidade de mesmo nome. Segundo o autor do projeto, a iniciativa visa impedir que a memória do religioso que dá nome à via pública seja tratada de forma jocosa. Nas redes sociais, entretanto, a ação foi alvo de críticas e não faltaram brincadeiras sobre o assunto.
A lei foi publicada na quarta-feira no Diário Oficial da cidade e já está em vigor. De autoria do vereador Carlos Leite (PT), a norma determina que a administração pública fique impedida de instalar placas que identifiquem a via com o termo "marginal" e também estende a proibição à comunicação oficial do município. A medida inclui materiais publicitários e jornalísticos veiculados por órgãos da administração pública.
Segundo o parlamentar, a justificativa é que o uso do termo "marginal" seria incompatível com a história do personagem que deu nome à via. “O uso do termo "Marginal", associado ao nome da avenida, tem suscitado comentários jocosos e negativos, incompatível com a intenção de dar à via nome de tão ilustre personalidade sorocabana”, justifica Leite.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Sorocaba, para saber quantas placas teriam que ser retiradas e instaladas novamente, bem como o custo gerado pela lei, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
Dom Aguirre
José Carlos Aguirre, o Dom Aguirre, nasceu em 1904, foi um religioso e tornou-se o primeiro bispo a comandar a diocese de Sorocaba, em 1924. Ele permaneceu à frente da Diocese da cidade até o ano de seu falecimento, em 1973. Amante das letras, teve papel fundamental na criação da primeira universidade da cidade e, no ano seguinte à sua morte, a avenida que margeia o rio Sorocaba, na parte esquerda, ganhou seu nome.
Embora façam questão de homenagear a memória de Dom Aguirre, muitos moradores da cidade condenaram a criação da lei nas redes sociais. Um deles foi Francisco Hermes, para quem a medida pode ser descrita como "mais uma inutilidade". "Mais uma vez trata-se do Poder Público gastando o dinheiro que ninguém tem para fazer um serviço que ninguém pediu", disse.
Outros, como Legilson Taurino Brito, apelaram para o bom humor e sugeriram um nome alternativo para a via pública. " Caramba, marginal é o que margeia algo. Mas, se querem dar um nome que não vai gerar confusão nem ser mal utilizado, sugiro chamar de político. Aí vai estar certo por margear o rio e por descrever bem a categoria", disse.
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