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"Aqui é tudo nosso", diz preso de Alcaçuz (RN) em vídeo no YouTube

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

25/01/2017 15h20Atualizada em 26/01/2017 10h01

Um detento do pavilhão 5 da penitenciária de Alcaçuz fez um vídeo e publicou nesta terça-feira (24), mostrando a destruição do prédio, inaugurado em dezembro de 2010. Aos 47 segundos do vídeo editado pela equipe do UOL, o preso mostra o pátio do pavilhão e comenta: "Aqui agora é tudo nosso, viu?".

O pavilhão abriga presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi destruído durante a rebelião que resultou na morte de 26 presos, no último dia 14.

Nas imagens, é possível ver as celas com as grades arrancadas, e os presos andando livremente pelo pavilhão. Nenhum agente ou policial aparece na gravação original, que dura mais de 2 minutos.

"Olha a situação, está tudo arrancado, as celas todas arrancadas", diz um preso ao andar pelo corredor principal da unidade.

O autor do vídeo ainda mostra ao menos dois buracos na parede, que também teriam sido feitos durante a rebelião. Ao lado, é possível ver material de construção amontoado --os blocos e tijolos serviram como "armas" durante a batalha campal entre presos na última quinta-feira (19).

Desde o dia 14, presos filmam e postam em redes sociais dezenas de vídeos feitos com celulares, sendo que a maioria deles é registro dos atos de barbárie e de ameaças entre facções.

O presídio

O pavilhão 5, chamado de presídio Rogério Coutinho Madruga, é a construção mais recente de Alcaçuz e tem um modelo diferente dos demais pavilhões. Nele, os agentes penitenciários não têm contato com os presos pelos corredores, mas sim, pela parte de cima das celas. É por lá que as celas são abertas e trancadas.

O local foi escolhido para abrigar presos do PCC, que ficam separados dos do Sindicato do RN --facção rival que disputa espaço na unidade.