RJ: Ato contra reforma da Previdência termina com fogueira feita por black blocs
Manifestantes contrários ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) realizaram na noite desta sexta-feira (31), no centro do Rio de Janeiro, uma passeata contra a reforma da Previdência e as propostas de mudança nas leis trabalhistas. O ato terminou sem tumulto, apesar de uma fogueira feita por black blocs já no desfecho do protesto. Jovens depredaram lixeiras e atearam fogo a detritos e objetos em frente ao Theatro Municipal, na Cinelândia. A Polícia Militar acompanhou tudo à distância.
Já quando todos os presentes começavam a dispersar, um caminhão-pipa e um carro do Corpo de Bombeiros chegaram ao local para apagar o resquício da fogueira. Manifestantes então hostilizaram os militares e zombaram da cena: "Chamar o Bombeiro por causa disso aí? Não pode ser sério", exclamou um jovem.
Os participantes iniciaram, ainda no final da tarde, a caminhada na praça da Candelária, na altura da Presidente Vargas, e ocupam toda a avenida Rio Branco. Com isso, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) --sistema de transporte que vai do aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio-- parou de funcionar.
Os manifestantes ocupam a pista da avenida Rio Branco dedicada aos trilhos do VLT, no sentido praça da Cinelândia, onde o ato deverá ser finalizado com uma roda de samba do grupo Moça Prosa. A auxiliar de serviços gerais Maria Fernandes, que aguardava uma composição em uma das estações do VLT, reclamou do transtorno.
"Preciso chegar até a rodoviária, com o VLT eu faria isso em 20 minutos, no máximo. Agora vou ter que pegar um táxi e enfrentar esse trânsito. Se eu chegar em menos de uma hora, estou no lucro", afirmou ela.
Questionada se a pauta de reivindicações defendidas pelos manifestantes era justa, no entanto, ela disse ser contra as reformas defendidas pelo governo Temer. "Não quero morrer trabalhando. Quero poder me aposentar", resumiu.
A Polícia Militar acompanhou o ato com cordões laterais formados por militares vestidos com uniformes especiais e identificados com números e letras. Eles se posicionaram principalmente na frente da Biblioteca Nacional a fim de evitar qualquer tentativa de depredação.
Participam do protesto diversas centrais sindicais e movimentos sociais, além de partidos de esquerda. Uma das principais mensagens repetidas a todo momento pelos líderes foi a convocação para uma greve geral no país, marcada para o dia 28 de abril.
Dia de protestos
A sexta-feira (31) começou com protestos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, Pará, Acre e Minas Gerais, além do Distrito Federal. Os atos protestam contra a reforma da Previdência e as mudanças na legislação trabalhista defendidas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).
Em São Paulo, pela manhã, houve bloqueios em diversas ruas e estradas da capital e de todo o Estado. Já no Rio, por volta das 8h, o grupo Levante Popular da Juventude montou um acampamento na frente do prédio da TV Globo no Jardim Botânico, na zona sul.
Em todo o país, as centrais sindicais têm utilizado os atos desta sexta para convocar os trabalhadores para uma greve geral no dia 28 de abril.
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