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Jovem é agredida em balada e relata que ouviu: 'pela roupa, você pediu'

Carla Barfknecht foi agredida em uma balada em Curitiba  - Reprodução/Facebook
Carla Barfknecht foi agredida em uma balada em Curitiba Imagem: Reprodução/Facebook

Demétrio Vecchioli

Colaboração para o UOL

10/04/2017 16h04

Uma biomédica de 21 anos foi agredida dentro de uma casa noturna de Curitiba na madrugada de sexta-feira. De acordo com relato de Carla Barfknecht, ela foi ofendida depois de recusar a abordagem de um homem de cerca de 25 anos. Depois, este teria agredido um amigo dela pelas costas, iniciando uma confusão, na qual a jovem se envolveu para defender o amigo. No Facebook, ela postou fotos de cortes no seu antebraço esquerdo.

A agressão ocorreu na Shed Western Bar Curitiba. “Ao recusar drinks, convites para sair, ignorar as investidas e simplesmente tentar aproveitar a minha noite juntamente dos meus amigos, fui xingada da forma mais esdrúxula que conheço por um ser humano que não deve ter mulheres na família ou não sabe o valor do respeito”, contou Carla, que foi defendida por amigos.

Carla Barfknecht - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook
À reportagem do UOL, ela disse que não sabe o nome do agressor e que, na tarde desta segunda-feira, estava se encaminhando para realizar exame de corpo de delito. Segundo Carla, o agressor esperou um momento de distração e os atacou pelas costas. “No ímpeto da minha raiva, indignação e desespero de ver o meu amigo sendo agredido, esqueci o meu lado frágil de mulher e parti para cima do machista. Se ele pode agredir, por que eu não? Por ser mulher? Aqui não. E foi de igual para igual. O fato de ele ter o dobro da minha altura e do meu peso, não me impediram de defender o meu amigo e me defender”, explicou.

A briga só foi apartada pelos seguranças da casa noturna. Carla foi atendida no ambulatório e acionou a polícia militar, que chegou rapidamente. Só depois disso é que a casa noturna retirou os agressores, uma vez que ela já estava protegida pelos policiais. Mas isso não impediu novas agressões, agora verbais. “Ele e seus amigos saíram agressivos da casa noturna e começaram novamente com as ofensas machistas dizendo que ‘pela minha roupa eu pedi aquilo’, que ‘piranha é assim mesmo’ entre outras ameaças que revoltaram até os próprios policiais”, relatou Carla. Os policiais impediram que ela fosse agredida, mas os agressores não foram levados à delegacia.

Carla registrou boletim de ocorrência e confia na ajuda da casa noturna para identificar os agressores. Em nota, a Shed Western Bar Curitiba disse que sua equipe prestou toda a assistência necessária para a cliente e que a casa “está disponível para encaminhar os arquivos das imagens das câmeras de segurança à polícia e prestar todo o auxílio para a resolução do caso”.