Após auxiliar morador de rua, padre Júlio Lancelotti critica falta de mobilização
O padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo, disse que conversou com o prefeito João Doria (PSDB) sobre as imagens que flagram membros da Guarda Civil Metropolitana (GCM) agredindo um morador de rua nesta quarta-feira (4), no Jabaquara. Ele ainda criticou a falta de ajuda em casos semelhantes. O vídeo foi divulgado em redes sociais e gerou comoção e revolta.
“Foi de uma truculência tão grande que gera esta reação de repúdio e espanto. Mas poucas pessoas se movimentam para que isso não aconteça...”, disse ao UOL sobre a repercussão do caso.
“Falei com o prefeito sobre esta prática inaceitável. Isso não pode ser um fato isolado nem sistemático. Ele também disse que é injustificável. E não tem mesmo como justificar. Ele também achou a abordagem violenta, inaceitável. A palavra que ele usa é inaceitável”, afirmou.
De acordo com o padre, Doria já estaria tomando providências para que atos como este não se repitam. “Ele me disse que os guardas seriam afastados e que este vídeo será usado como forma de treinamento para que outros profissionais não ajam da mesma maneira. Isso não deve ser reproduzido”.
Júlio Lancelotti deu detalhes sobre a atual situação do morador de rua. “Estive com ele ontem e hoje. Acompanhei na delegacia, ele estava com a equipe médica, com dores ainda. Depois ele foi acolhido num centro de triagem que estão criando no Brás. A companheira dele estava com ele, já que também teve seus remédios retirados. Também falei com a defensoria pública para ver o que pode ser feito”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania disse que a postura dos guardas “não condiz com a política e orientação da prefeitura”. Já a Secretaria de Segurança Urbana anunciou que a Corregedoria Geral da GCM apura o caso. “Preliminar e temporariamente, o guarda envolvido diretamente na ocorrência será afastado das atividades operacionais”, acrescenta o órgão.
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