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Após semana com 7 mortes, prefeitura fecha escolas por tempo indeterminado no Jacarezinho

17.ago.2017 - Alunos de escolas municipais do Rio de Janeiro pedem paz em evento organizado pela prefeitura - Pablo Jacob/Agência O Globo
17.ago.2017 - Alunos de escolas municipais do Rio de Janeiro pedem paz em evento organizado pela prefeitura Imagem: Pablo Jacob/Agência O Globo

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

21/08/2017 20h27Atualizada em 22/08/2017 12h39

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro decidiu fechar por tempo indeterminado 15 escolas localizadas na favela do Jacarezinho (veja a lista completa abaixo). Nesta segunda (21), 26.975 crianças e jovens de 41 escolas, 11 creches e 12 Espaços de Desenvolvimento Infantil ficaram sem aulas em decorrência de operações policiais na região

Outras 11 escolas -- duas no entorno do Jacarezinho e nove em Manguinhos -- farão horários alternativos. Segundo a Prefeitura, a decisão foi tomada para “não expor os alunos a riscos de tiroteios”.

Segundo o secretário César Benjamin, uma equipe de assessores vai monitorar diariamente a situação da área do Jacarezinho para definir quando as escolas serão reabertas ou voltarão ao seu horário normal.

Desde que o atirador de elite da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil, Bruno Guimarães Buhler, foi morto, no último dia 11, os tiroteios se intensificaram na comunidade do Jacarezinho. Em dez dias de confronto entre policiais e traficantes, sete pessoas morreram.

A operação desta segunda mobilizou mais de 6.000 homens --5.000 militares das Forças Armadas, que ajudam no cerco --posicionando-se no entorno das comunidades para dar apoio; 300 PMs; 600 policiais civis; 30 da Polícia Federal e 140 da Polícia Rodoviária Federal.

Durante toda a semana alunos de escolas na região tiveram as aulas suspensas por questões de segurança. Serviços na comunidade, como coleta de lixo, postos de saúde e transporte, foram afetados, e a rotina de tiroteios diários acabou por expulsar moradores do Jacarezinho.

Mais de 90 policiais militares foram assassinados no Estado do Rio de Janeiro este ano. Em 2017, o Estado teve um PM morto a cada dois dias. O número inclui mortos em serviço (21), em folga (56) e aposentados (20), todas vítimas de ações violentas. Nesse ritmo, caminha em direção à assombrosa marca de 200 casos em um ano --o maior número foi atingido em 1994, quando morreram 227 policiais.

O aumento da violência na capital fluminense é latente. No primeiro semestre deste ano, houve um aumento de 21% no número de mortes violentas, em comparação com o mesmo período do ano passado. Quando se separam as mortes violentas ocorridas após oposição a intervenção policial, indicador que sugere confronto, esse número sobe para 45%.

Veja a lista de 15 escolas fechadas por tempo indeterminado:

  • Creches Municipais Tia Andreza, Marcília Catarina (Tia Mana), Comunidade do Jacarezinho e Geralda de Jesus;
  • Cieps Willy Brandt e Vinícius de Moraes;
  • Escolas Municipais José Lins do Rego, Pernambuco, George Sumner, Estado da Guanabara, Oswaldo Cruz, Pace e Rio de Janeiro;
  • Espaços de Desenvolvimento Infantil Padre Nelson e Brício Filho.

Veja as 11 escolas que terão seus horários alterados:

  • Escolas Municipais Delfim Moreira, Marechal Bittencourt, Ema Negrão de Lima, Albino Souza Cruz e Professora Maria de Cerqueira;
  • Ciep Juscelino Kubitschek;
  • Creches Municipais Manguinhos e Chico Bento;
  • Espaços de Desenvolvimento Infantil Doutor Domingos Arthur Machado Filho, Antônio Fernandes Figueira e Joaquim Venâncio.