Pezão diz ter impedido ação da polícia durante invasão de traficantes na Rocinha
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (20) que impediu a ação das forças de segurança durante a tentativa de invasão de traficantes rivais na Rocinha, comunidade da zona sul carioca, no último domingo (17).
"Se a gente reage ali, àquela entrada daqueles marginais portando fuzil, seria uma guerra onde morreriam muitos inocentes. Eu mesmo desautorizei qualquer ação naquele momento ali de confronto", disse ele, em entrevista ao "RJTV", da TV Globo.
Pezão afirmou, contudo, que a polícia fluminense permanecerá na comunidade o "tempo que precisar". As operações policiais começaram na segunda e se estenderam na terça (19) e quarta-feira (20). Se preciso, o governador afirmou que poderá acionar as Forças Armadas.
"Nós não entramos na hora [da tentativa de invasão dos traficantes rivais]. Domingo de manhã é o dia mais agitado dentro da Rocinha. Nós sabíamos, eu mesmo fui consultado de madrugada pelo secretário [de Segurança] Roberto Sá e pelo comandante [da Polícia Militar] Wolney [Dias Ferreira]. Pedi para a gente ter muita cautela porque eu conheço a Rocinha da ponta lá do alto até embaixo. É um dia que tem mais gente na rua, é no domingo", disse Pezão.
Nas primeiras horas do último domingo (17), o grupo do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe local que cumpre atualmente pena em presídio de segurança máxima em Porto Velho (RO), tentou retomar o controle do tráfico na Rocinha.
Nem e Rogério Avelino, o Rogério 157, ligados à mesma facção criminosa, romperam no fim do ano passado. O confronto, que teve tiroteios durante cinco horas, deixou ao menos três mortos (dois corpos foram carbonizados) no domingo e um na segunda-feira (18), quando 400 policiais fizeram operação na comunidade.
Para secretário, polícia falhou
O secretário de Segurança, Roberto Sá, admitiu ontem que a polícia falhou ao não conseguir impedir a invasão da Rocinha por traficantes de outras comunidades.
"Eu cobrei do comandante geral o que pode ter acontecido. Havia a notícia da inteligência sobre essa instabilidade, racha na facção. Houve reforço, e ele confirmou que foi insuficiente, ou que houve falha na operacionalização. Isso já foi identificado por ele", afirmou Sá.
"Se não foi possível evitar a entrada [de traficantes], houve equívoco. Foi reconhecido pelo comandante, o que não tira o mérito do que eles fazem no dia a dia para a proteção da sociedade."
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