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Mulher que matou amiga por engano fugiu levando filha e terá pedido de prisão preventiva

Andressa Silva Gouveia morreu por engano - Arquivo Pessoal
Andressa Silva Gouveia morreu por engano Imagem: Arquivo Pessoal

Wanderley Preite Sobrinho

Colaboração para o UOL

31/10/2017 11h07

A mulher que atirou no marido e acertou e matou a amiga no último fim de semana em Mongaguá, litoral paulista, fugiu levando consigo um dos filhos, uma menina com necessidades especiais. Foragida, Zilma Rodrigues do Amaral, de 38 anos, terá sua prisão preventiva decretada nesta terça-feira (31), confirmou a polícia - caso não se entregue antes disso.

O incidente aconteceu por volta das 21h30 do sábado (28) na piscina de uma casa alugada por casais de amigos no Balneário Vila Seabra. Os outros conversavam no quintal da casa quando Zilma e Alexandre Antonio dos Santos, também de 38 anos, começaram a brigar. O incidente acabou com Zilma atirando e matando a universitária Andressa Silva Gouveia

Ao UOL, o delegado que investiga o caso, Marcos Roberto da Silva, informou que a mulher não desapareceu sozinha, como se imaginava a princípio. “No dia, ela fugiu com uma filha”, informou Silva. “O casal tem um filho e ela tem outros dois de outro relacionamento: um menino e essa menina, com necessidades especiais.”

Como a suspeita não se apresentou às autoridades até o momento, o delegado concluiu o inquérito e, ainda nesta terça, vai expedir o indiciamento “por crime de homicídio doloso”. “O inquérito está sacramentado, não há dúvidas de que Zilma disparou o tiro que matou a jovem.”

Como as discussões entre os dois eram comuns, ninguém deu atenção até que a mulher tirou um revólver da bolsa e tentou matar o companheiro. O disparo, no entanto, acertou o peito da universitária Andressa Silva Gouveia, de 22 anos, que estava sentada em uma cadeira, como os outros turistas, incluindo os três filhos de Zilma.

O delegado afirmou que logo depois do tiro, um dos turistas imobilizou a mulher e arrancou a arma de sua mão. A pistola, então, teria sido jogada para debaixo da pia de uma churrasqueira. Enquanto Andressa era levada para o pronto-socorro de Mongaguá no carro da atiradora, a suspeita corria pelo portão da frente.

Perícia

Em seu depoimento à polícia, o marido negou que a arma do crime - desaparecida - pertencia a ele. Mas quando deixava a delegacia, ele surpreendeu a polícia ao pegar as chaves de seu veículo, que acabara de ser periciado, e ir embora sem autorização policial.

O delegado disse que não se tratou de um fuga. “Na hora, o escrivão não conversou com ele, que achou que poderia levar o carro embora. Mas isso não prejudica em nada o inquérito porque ele já tinha sido periciado.”

O veículo precisou passar por perícia porque foi usado pelo homem que desarmou Zilma para levar Andressa para o pronto-socorro de Mongaguá, onde ela acabou morrendo.

O delegado contou que o casal e Andressa, embora não fossem íntimos, “frequentavam o mesmo rol de amizades”. “São todos de Diadema, no ABC. Eles faziam confraternização entre casais, embora alguns tivessem mais amizade com uns do que com outros”, conta.

Sobre Zilma e Alexandre, ouviu das testemunhas que “era muito comum que brigassem”, o que teria minimizado a importância da discussão que antecedeu o crime.