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Governo federal terá de integrar o orçamento da segurança do Rio, diz Rodrigo Maia

O presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o interventor Walter Braga Netto participam de reunião na sede do governo do Rio - Divulgação
O presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o interventor Walter Braga Netto participam de reunião na sede do governo do Rio Imagem: Divulgação

Marina Lang e Wellington Ramalhoso

Do UOL, no Rio e em São Paulo

17/02/2018 16h00


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (17) que por causa da intervenção anunciada ontem o governo federal terá que integrar o orçamento da segurança pública no Estado do Rio. "Não adianta intervenção se não for investido nas polícias", declarou.

“O governo federal tem as condições de suprir a diferença orçamentária que o Estado não tem condições de colocar hoje, para dar as condições de estrutura técnica, tecnologia e equipamentos para que a polícia possa atuar”, afirmou.

As declarações foram dadas depois de reunião com o presidente Michel Temer (MDB) no Palácio da Guanabara, sede do governo do Estado do Rio. De acordo com participantes do encontro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acompanhou a reunião em silêncio. Nenhum valor de investimento ou custo das operações de intervenção federal foi mencionado.

Ao ser questionado se a presença do ministro da Fazenda indicava liberação de recursos ao Rio, Maia brincou: “A gente olha para ele [Meirelles] e parece um cheque, né?”.

“Certamente, o ministro Meirelles deve ter uma noção, em cima do orçamento global do Estado e das dificuldades que o Estado vive, de qual vai ser o montante necessário para que o interventor  aporte”, disse Maia após a reunião.

O parlamentar citou que o governo federal poderá injetar a verba necessária para a efetivação, por exemplo, de um novo contrato de manutenção das viaturas das polícias. “Esse tipo de estrutura o governo federal vai ter que suprir. [Quando] o orçamento do Estado não tiver mais condição de cobrir, vai ter que ser resolvida com o orçamento da União. Não tenho dúvidas disso. A intervenção trata de todas as áreas, inclusive da parte orçamentária.”

“Não tem solução da noite para o dia”

Maia afirmou que o desespero da população justifica a intervenção federal, mas admitiu que o problema não será resolvido rapidamente. “Ninguém vai resolver o problema da segurança pública do Rio da noite para o dia. Isso [a intervenção] a médio e longo prazo não se sustenta. A médio e longo prazo nós esperamos que comece um processo para 2019".

Ele também afirmou que não se trata de uma intervenção militar no Estado, embora a nomeação de um militar – general Walter Souza Braga Netto - para o comando dê esta aparência. “A questão não é a entrada das Forças Armadas. A entrada das Forças Armadas se dá com a GLO (decreto de Garantia da Lei e da Ordem). Não precisa de intervenção. Então se houve a necessidade de intervenção é porque se chegou à conclusão de que o governo do Estado perdeu as condições para fazer a gestão de Segurança. É disso que estamos tratando: recuperar a polícia, recuperar a gestão, qualificar a polícia e garantir meios para que a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros voltem a atuar em condições de salvar a vida da população”.