PM divulga antecedentes criminais de suspeitos mortos no interior de SP
A PM (Polícia Militar) identificou, na manhã desta quinta-feira (1º), cinco dos sete mortos em uma ação em Campinas, no interior de São Paulo, na noite de ontem (28). Os identificados, que, segundo a corporação, formavam uma quadrilha de roubo a caixas eletrônicos, tinham passagens ou infrações criminais. A Polícia Civil não confirma a informação sobre os antecedentes e diz que está averiguando os dados. Até agora, seis corpos já foram identificados por familiares.
Segundo a PM, entre os mortos estão Bruno Alves de Souza (ameaça de morte), Marcos Paulo Correia de Melo (com três atos infracionais por tráfico de drogas e uma posse ilegal de explosivo), Davirlan Tenório dos Santos (suspeito de ameaça), Ronaldo Antunes (porte ilegal de arma, uso de documento falso, fuga de prisão e roubo de carro) e Itamar Gomes de Lima (investigado por tentativa de homicídio).
Nenhum policial militar envolvido na ocorrência morreu ou ficou ferido. A Polícia Civil e a Corregedoria informaram que vão investigar as circunstâncias da operação policial.
Segundo a polícia, pelo menos dois suspeitos conseguiram fugir. Um deles foi localizado horas depois por moradores da região que acionaram a polícia. Ele foi identificado como Alessandro Bernardo, 34, também possui antecedente criminal e estava ferido na perna e na mão direita.
Ele foi levado ao Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Às 17h20, o hospital informou que “por questões de segurança, o estado de saúde do suspeito não será divulgado".
A corporação informou, ainda, que chegou até a quadrilha através de uma denúncia anônima. A PM informou que as mortes ocorreram em legítima defesa. Segundo a corporação, os suspeitos estavam com armamentos de grosso calibre e se preparavam para roubar uma agência bancária em Joanópolis. O confronto teria ocorrido em Valinhos.
Segundo depoimento dos PMs, que já é apurado pela Polícia Civil e Corregedoria da PM, os policiais do 1º Baep (Batalhão de Ações Especiais) encontraram dois veículos roubados: um com quatro integrantes e outro com três.
Os policiais disseram no 4º DP (Distrito Policial) de Campinas, onde o caso foi registrado, que deram ordem de parada, mas que os suspeitos não respeitaram e tentaram fugir. Houve troca de tiros e quatro pessoas foram baleadas e mortas no primeiro carro. O segundo carro também tentou fugir, de acordo com os policiais, mas foi cercado. Os três ocupantes também foram baleados e morreram no local. Ainda não está claro em que carro estaria o fugitivo.
A polícia diz ter apreendido com os criminosos: um fuzil 556; duas metralhadoras .40; uma metralhadora 9mm; duas espingardas calibre 12; duas pistolas calibre 45; duas pistolas calibre 9mm; um revolver calibre 38; munição de todos esses calibres e também de calibre .50; dois coletes a prova de bala; uma bolsa com explosivos e materiais detonantes, incluindo 13 detonadores; e 26 cartuchos de emulsão explosiva.
O número de pessoas mortas pelas polícias Civil e Militar no Estado de São Paulo chegou a 939 em 2017. Trata-se do maior índice já registrado pela SSP (Secretaria da Segurança Pública), que começou a contabilizar a letalidade policial anual em 1996. Somente na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2011 e 2017, a letalidade policial aumentou 96%. Já o número de policiais civis e militares mortos no Estado (60), em serviço e em folga, é o menor desde 2001.
Ações com suspeitos mortos em SP
Sob a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), esta é a terceira vez em que uma ação da polícia termina com a suposta quadrilha inteira morta e nenhum policial ferido. Nas duas primeiras ações, em 2002 e 2017, o governador elogiou os policiais envolvidos.
Em 2002, na rodovia senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, que dá acesso a Sorocaba (100 km da capital), um ônibus que levaria 12 integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) a um roubo, PMs da Rota interceptaram e mataram a suposta quadrilha.
No ano de 2014, a Justiça de São Paulo absolveu sumariamente todos os policiais envolvidos na ocorrência, que ficou conhecida como "Operação Castelinho". Alckmin sempre elogiou a ação, afirmando que "em São Paulo, bandido tem dois destinos: prisão ou caixão".
Em 2017, uma ação da Polícia Civil terminou na morte de 10 suspeitos de integrarem uma quadrilha de roubo a casas em áreas nobres da capital. Nenhum policial foi alvo de investigação. Alckmin também defendeu a ação.
"A polícia com esse trabalho de inteligência monitorou e fez a intervenção. Graças a Deus, nenhuma vítima foi atingida, nem policiais. Então, esse é o trabalho que tem que se feito, um trabalho de inteligência, para você tirar essas organizações criminosas, principalmente armadas com fuzil", disse o governador.
O governador, que também pré-candidato à Presidência da República, não comentou a ação desta quinta. Alckmin participou de uma reunião com o presidente Michel Temer (MDB) e disse que, se eleito, vai manter o recém-criado Ministério da Segurança Pública.
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