Topo

Doria diz que devolverá valor gasto com escolta de PMs: "recebi várias ameaças"

Recomendação é da assessoria da PM, diz secretário

Band Notí­cias

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

07/03/2018 12h06Atualizada em 07/03/2018 14h57

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse, nesta quarta-feira (7), que devolverá os recursos da escolta da PM (Polícia Militar) que será utilizada por ele e sua família após a sua saída do cargo. No entanto, não afirmou quanto devolveria. 

Segundo decreto do prefeito publicado neste sábado (3), ex-chefes do executivo municipal e suas famílias devem ter escolta feita por policiais militares, durante todos os dias, ao longo de um ano. Doria é apontado como um dos pré-candidatos tucanos ao governo do Estado.

Caso ele seja o escolhido do PSDB à disputa eleitoral deste ano, Doria será beneficiado com a escola de PMs durante a campanha.

"Reembolsarei à Prefeitura de São Paulo integralmente o valor, mês a mês, correspondente a este serviço. Exatamente como faço com o meu salário", afirmou em vídeo publicado em seu perfil no Twitter. Em 2016, o tucano declarou ter um patrimônio de R$ 180 milhões.

"Fiz isso porque a recomendação da segurança da prefeitura foi para proteção daquele que, ocupando o cargo, tem a obrigação, o dever, de tomar medidas duras. E eu tomei", argumentou.

Na terça-feira, Doria se negou a responder as perguntas feitas sobre o tema durante um evento público. Pelo menos duas ações já questionam o decreto na Justiça.

No vídeo publicado, o prefeito afirmou ainda que, desde que assumiu a prefeitura, com apoio das polícias do governo do Estado e da GCM (Guarda Civil Metropolitana), foram presos mais de 320 traficantes de uma facção criminosa. "Recebi várias ameaças, mas não me intimidei e não vou me intimidar. Vamos continuar fazendo tudo aquilo que é necessário fazer", disse.

"Combati o contrabando, combati também a venda ilegal de produtos nas ruas de São Paulo. Prendemos outros bandidos que igualmente atendendo a essa facção criminosa colocavam produtos contrabandeados aqui na nossa cidade", complementou o prefeito.

Ainda de acordo com a argumentação de Doria, "a medida é justa e positiva para que futuros prefeitos não tenham medo de agir contra a bandidagem na nossa cidade e fazer aquilo que é preciso ser feito em São Paulo."

Segundo o secretário municipal Julio Semeghini (Governo), o decreto foi uma recomendação da PM e teve o aval da Procuradoria do Município. No entanto, em nota, a PM negou que tenha feito a recomendação.

Atualmente, a prefeitura tem "emprestados" pelo governo do Estado um coronel, um major, quatro capitães e 32 praças (cinco subtenentes ou sargentos; e 27 cabos ou soldados).