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Após vencer câncer, médico morre atropelado ao pagar promessa no Maranhão

Luís Carlos foi diagnosticado com câncer, tipo melanoma - Arquivo pessoal
Luís Carlos foi diagnosticado com câncer, tipo melanoma Imagem: Arquivo pessoal

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

26/03/2018 12h34

O médico urologista Luís Carlos Muniz Cantanhede, 56, morreu ao ser atropelado enquanto caminhava no acostamento da rodovia MA-204, na ilha de São Luís (MA), neste domingo (25). Ele estava pagando uma promessa com a família, indo a pé para o santuário de São José de Ribamar (região metropolitana de São Luís), após se curar de um câncer, quando um carro invadiu o acostamento e o atropelou.

Cantanhede ainda foi socorrido para o hospital São Domingos, em São Luís, mas morreu durante atendimento médico. Ele foi enterrado na tarde deste domingo.

O motorista identificado como Gilson Carlos Barros Ferreira, 32, foi autuado em flagrante por dirigir embriagado. Ele dirigia um carro modelo Celta de cor prata, com placa de São Luís.

No momento do acidente, a pista estava molhada porque havia chovido. A família do médico afirma que o motorista vinha em alta velocidade quando invadiu o acostamento e o atropelou. O acidente ocorreu por volta das 8h.

Cantanhede era ciclista e foi diagnosticado com câncer, tipo melanoma. A doença era rara e agressiva, mas o médico conseguiu se curar.

Durante o tratamento, um irmão dele fez uma promessa que se o médico se curasse a família iria com ele a pé até o santuário de São José de Ribamar.

Durante o tratamento, um irmão de Luís Carlos fez a promessa - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Durante o tratamento, um irmão de Luís Carlos fez a promessa
Imagem: Arquivo pessoal

Motorista estava embriagado, diz polícia

Segundo a CPRV (Companha de Polícia Militar Rodoviária), foram feitos dois testes de alcoolemia e, em ambas as vezes, indicado o consumo de bebida alcoólica.

Ferreira deve ser transferido para unidade prisional do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, nesta segunda-feira (26).

Segundo o delegado Sebastião Uchoa, que investiga o caso, o motorista foi indiciado por homicídio simples, com dolo eventual (quando assume o risco de matar) e por embriaguez ao volante. O crime é inafiançável.

O UOL tentou contato com a defesa do motorista, mas a polícia informou que ele ainda não constituiu advogado.

Médico era alegre e lutador, diz amigo

Amigo de infância de Cantanhede, o médico Erico Cantanhede (que, apesar de possuir o mesmo sobrenome, não era parente de Luís Carlos), conta que ele era um homem generoso, alegre e lutador.

"Das lembranças advém o sorriso, a mansidão, a luta, a competência e a generosidade inerentes a esse bravo ser humano", disse.

Ele contou que a notícia da morte de Cantanhede surpreendeu a todos da classe médica e familiares.