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Comandante do Exército: "Sociedade deve reagir à ideia de que criminoso é vítima de mesquinheza social"

General Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército brasileiro - Joel Rosa/Em Tempo
General Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército brasileiro Imagem: Joel Rosa/Em Tempo

Do UOL, no Rio

31/03/2018 16h06

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou em sua conta no Twitter que sua equipe está estudando casos internacionais que tiveram sucesso no combate ao crime organizado. Nesse contexto, ele escreveu neste sábado (31) que “a sociedade deve ser estimulada a reagir à ideia de que 'o criminoso é vítima da mesquinheza social'”. Segundo ele, a vítima é a sociedade.

As afirmações de Villas Bôas ocorrem em um momento no qual o Rio de Janeiro passa por uma intervenção federal que conta com o apoio das Forças Armadas por meio de uma operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) --decreto que dá aos militares poder de atuar na segurança pública.

Em fevereiro, logo após o anúncio da intervenção, o comandante convocou o Exército brasileiro a apoiar a medida. E, na ocasião, disse que a solução da crise na segurança pública fluminense exigiria "comprometimento, sinergia e sacrifício dos poderes constitucionais, das instituições e, eventualmente, da população."

O general não havia desenvolvido mais o raciocínio sobre o combate à ideia de que o criminoso seria vítima da “mesquinhez social” até às 15h30 deste sábado. Ele não fez referência a nenhuma situação nem pessoa ou instituição específica na publicação.

Alguns analistas e ativistas costumam atribuir a fatores sociais a cooptação de membros pelo crime organizado. Um dos argumentos principais é que o criminoso teria poucas oportunidades para seguir por outros caminhos.

Em duas publicações anteriores, Villas Bôas destacou outros fatores que ajudariam no combate ao crime organizado no Brasil.

Ele citou a “centralização da segurança pública e ações sociais para permitir o avanço coordenado nas comunidades”.

A segurança pública é uma atribuição dos Estados, segundo a Constituição em vigor no país. Porém, em fevereiro o governo federal criou o Ministério da Segurança, que tem como uma de suas principais missões integrar o trabalho dos órgãos policiais de todo o país.

Durante a intervenção no Rio, em ao menos uma ocasião, os interventores combinaram ações armadas com mutirões de assistência social em uma favela da zona oeste. A ideia era ganhar a confiança da população e estimular denúncias sobre o paradeiro de criminosos procurados e esconderijos de armas.

No Twitter, Villas Bôas também defendeu o "reaparelhamento das estruturas de segurança, melhorias das condições de trabalho e valorização social do policial".

A afirmação ocorre no momento em que o interventor federal no Rio, o general Walter Braga Netto, tentar reestruturar e reequipar a polícia fluminense.