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Laudo aponta sete provas e diz que homem preso é responsável por assalto em ônibus de SP

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

20/04/2018 18h58Atualizada em 20/04/2018 19h31

Um laudo da PM (Polícia Militar) apresentado à Polícia Civil no início da noite desta sexta-feira (20) aponta sete elementos probatórios entre as imagens captadas do assalto que terminou com três mortos dentro de um ônibus no Jabaquara, zona sul de SP, e o suspeito que já preso, Raphael Teleforo Barbosa, 24. O laudo será enviado à Justiça para que seja analisado em audiência de custódia.

Barbosa e outros dois suspeitos foram presos na manhã desta sexta em uma força-tarefa entre as polícias civil e militar. Ele estava em casa, em Diadema, na Grande São Paulo, com a família. Segundo a delegada Nilze Scapulatiello, do 97º DP (Distrito Policial), em Americanópolis, os próprios familiares reconheceram o suspeito pelas imagens que estão com a polícia.

20.abr.2018 - Raphael Teleforo Barbosa, suspeito de ter assaltado um ônibus no Jabaquara, em São Paulo - Divulgação - Divulgação
O suspeito Raphael Teleforo Barbosa
Imagem: Divulgação
O suspeito, detido após uma denúncia anônima, deve passar por audiência de custódia neste sábado (21). As imagens das câmeras de segurança do ônibus que sofreu o arrastão foram fundamentais para a identificação do suspeito. Na ação, um dos assaltantes, Damião Barbosa Sousa, 32, foi baleado e morreu.

Segundo o laudo de identificação assinado pelo perito Sérgio de Barros Ferraz, ao qual o UOL teve acesso, “não há dúvidas que a pessoa que efetua o roubo juntamente com Damião Barbosa Sousa é o civil Raphael Teleforo Barbosa". O suspeito não tinha advogado, segundo a Polícia Civil, até a noite de sexta.

Para chegar à conclusão, o relatório aponta sete semelhanças entre o suspeito detido e as imagens captadas pelas câmeras de segurança:

  • Tatuagem no braço direito;
  • Tatuagem no antebraço esquerdo que acompanha a linha do dedo;
  • Mancha no cotovelo direito;
  • Boné da Calvin Klein Jeans localizado na casa de Raphael;
  • Cabelo semelhante a moicano;
  • Barba rala;
  • Rosto idêntico.

Na ação morreram, além de um dos assaltantes, o advogado Felipe Fuschi Amaro, 23, filho de um policial aposentado da Rota, a tropa de elite da polícia paulista, e o cabo da PM Elton Ricardo Cunha, 38, que teria reagido ao assalto no ônibus. Amaro foi enterrado em Diadema (SP) na tarde desta sexta. Cunha será enterrado na manhã deste sábado no Cemitério Municipal de Pirassununga, no interior de São Paulo, sua terra natal.

“Muito se discute sobre o fato de que ele [cabo Cunha] reagiu. Ele o fez porque viu que sua vida estava em risco. E se eles [criminosos] o revistassem e o matassem? Quem causou isso não foi ele [policial]. Quem causou tudo isso foram os ladrões”, afirmou o perito, que também é major.

O assalto aconteceu por volta das 15h30 e foi anunciado assim que os criminosos entraram no ônibus, na avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, no Jabaquara, zona sul. Pelas imagens registradas pela câmera do ônibus, é possível ver que um tiro quase atingiu a cabeça do motorista, que ficou levemente ferido por estilhaços.

Outras três pessoas também se feriram. Segundo a polícia, elas não correm risco de morrer. De acordo com depoimentos colhidos com os sobreviventes, o cabo da PM tentou dar uma “gravata” em um dos criminosos antes do tiroteio ocorrer.