Mulher é atacada no rosto com ácido sulfúrico e ex-namorado é principal suspeito
Um homem suspeito de mandar jogar ácido sulfúrico no rosto da ex-namorada está foragido da polícia em Manaus. A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) procura por Arlindo Oliveira da Silva, de 53 anos, e investiga o caso que deixou a jovem de 21 anos desfigurada e fez com ela perdesse a visão em outubro de 2017.
Ao UOL, a vítima contou que já havia terminado o relacionamento de três anos com o suspeito e foi convencida de marcar um último encontro em um motel. Na saída do local, ainda acompanhada do ex-namorado, ela diz que um desconhecido de camiseta preta, calça jeans e tênis branco se aproximou com "um copo com um líquido amarelo na mão". "Imaginei que estivesse tomando whisky, até porque estava bem arrumado. Quando passei perto, ele veio em minha direção e jogou o que tinha no copo no meu rosto. Como eu estava de olho aberto eu já senti queimando tudo", afirma.
Na sequência, enquanto a jovem pedia por socorro, o suspeito não teria tomado nenhuma atitude para ajudá-la. Assim, ela voltou ao motel, lavou o rosto e foi levada por funcionários para o hospital.
Além disso, a vítima disse que, ao ser socorrida, ainda com medo de que a atacassem novamente, uma outra pessoa teria falado em chamar a polícia e que o homem que acompanhava teria dito que não precisaria.
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Depois de socorrida, a vítima ficou internada por um mês no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, localizado na capital amazonense. Durante esse período, ela começou a supor que o ex poderia ter sido o mandante do ataque ao receber algumas mensagens em seu celular, que foram lidas por um funcionário da instituição de saúde. A partir de então, ela pediu pediu que as visitas do homem fossem suspensas e recebeu mais mensagens suspeitas. Depois disso, o suspeito de ser o mandante desapareceu.
O que reforça mais as suspeitas, segundo a jovem, é que o ex-namorado teria fácil acesso ao ácido sulfúrico, pois trabalha com metalurgia e solda. De acordo com a DECCM, ele também é traficante.
"Logo quando aconteceu eu nem dormia a noite, dormia no máximo três horas durante o dia. Eu entrei em depressão, fiquei com síndrome do pânico. Não tinha vontade de comer. Depois fui sentindo a melhora do meu rosto", conta a vítima.
A jovem ainda disse que conseguiu ligar e falar com o ex-namorado este ano. Ela o questionou se teria sido ele o mandante do ataque e teria tido uma resposta negativa. Após o contato, porém, a vítima soube de uma testemunha que teria ouvido uma ligação no dia do ataque em que o suspeito falava que já estava saindo do motel.
A delegada responsável pelo caso, Débora Mafra, afirmou ao UOL que as investigações do ataque seguem em sigilo. "Até então o suspeito de ser o mandante encontra-se sumido. Continuamos trabalhando na busca para interrogá-lo e se ele for o mandante para saber quem seria o executor do crime", explica.
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