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Pais são presos suspeitos de agredir e torturar bebê; criança respira por aparelhos

Menina de seis meses deu entrada no hospital com fraturas, assaduras e queimaduras - iStock
Menina de seis meses deu entrada no hospital com fraturas, assaduras e queimaduras Imagem: iStock

Bibiana Bolson

Colaboração para o UOL

31/10/2018 15h52

Os pais de um bebê de seis meses foram presos em flagrante na última segunda-feira (29) no Hospital Regional de Sobradinho, em Brasília, suspeitos de agredir a filha. A menina está internada Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI), respira com a ajuda de aparelhos e tem fraturas, assaduras e queimaduras no corpo e rosto. Na terça-feira (31), a Justiça do Distrito Federal decretou a prisão preventiva da dupla por entender que há claros sinais de tortura na criança.

Segundo a Polícia Civil, foram os próprios pais que contataram o Serviço de Atendimento Médico Urgente (Samu) para que a menina fosse atendida dentro de casa na segunda. A criança teve uma parada cardiorrespiratória e os socorristas precisaram de 50 minutos para reanimá-la.

Ao chegar ao hospital com fraturas na clavícula, no fêmur e no punho, assaduras e queimaduras no rosto, ao redor da boca e no nariz, os médicos identificaram também que a menina estava desnutrida e descobriram que, desde os 15 dias de vida, ela havia ganhado apenas um quilograma. A polícia foi chamada pela médica responsável e, além do quadro de violência e desnutrição, foi percebida uma situação de "desinteresse" do casal na filha que estava gravemente ferida, segundo os policiais.

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Os suspeitos, de 23 e 29 anos, foram presos em flagrante e encaminhados para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). De acordo com o delegado responsável pelo caso, Henry Peres, o casal estava sóbrio e foi descartado o uso de entorpecentes. O homem e a mulher, pais da criança, foram autuados por "maus-tratos qualificado por lesão grave", crime em que a pena máxima é de quatro anos.

O laudo médico apresentado à Justiça apontou ainda múltiplas queimaduras nos órgãos genitais da criança, segundo o juiz Aragonê Nunes Fernandes na decisão da prisão preventiva do casal. "Ela apresenta sinais de tortura, maus tratos e de agressões antigas e recentes, destacando-se fratura óssea já calcificada, o que evidencia o calvário enfrentado pelo bebê."

Com a decisão da prisão preventiva, os pais estão presos por tempo indeterminado e ficam impedidos temporariamente de se aproximar ou "manter qualquer forma de contato com a criança". Ambos são acusados de crime de "maus-tratos qualificado por lesão grave". Devido à natureza da infração, o magistrado determinou que, no presídio da Papuda, eles sejam separados dos demais presos, "a fim de zelar pela integridade física de ambos".