Ano de intervenção: Rio teve 225 vítimas de balas perdidas e mais tiroteios
Em 2018, 225 pessoas foram vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio de Janeiro --desse total, 43 morreram após serem atingidas, segundo o relatório anual do Fogo Cruzado, laboratório de dados que monitora a violência armada no estado. A capital fluminense concentrou a maior parte dos casos (29 mortos e 121 feridos).
Entre 16 de fevereiro e 31 de dezembro de 2018, a segurança pública do estado ficou sob o controle das Forças Armadas --período em que vigorou decreto de intervenção assinado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
Durante a intervenção federal, foram registrados 8.613 tiroteios ou disparos isolados de armas de fogo em toda a região metropolitana, que compreende 21 municípios. Se levado em consideração todo o ano de 2018, foram 9.651 tiroteios ou disparos isolados --um aumento de 61% em relação a 2017, quando foram apontados 5.993 registros.
Segundo o levantamento, 1.480 pessoas morreram em 2018 em decorrência de armas de fogo --média de 4 mortes por dia-- e 1.363 ficaram feridas --113 mortos e 221 feridos eram agentes de segurança pública.
Por dia, foi registrada a média de 26 disparos de arma de fogo, de acordo com o Fogo Cruzado. No dia 18 de maio, os confrontos atingiram o seu ápice, com 52 tiros ou tiroteios e, em 20 de agosto, foram registradas 18 mortes fazendo deste o dia mais violento do ano.
A reportagem do UOL entrou em contato com Secretaria de Segurança para que comente os dados, mas ainda não obteve retorno. No período da intervenção, homicídios caíram 6%, roubos diminuíram 7% e os mortos pela polícia aumentaram 38%, segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão ligado à Secretaria de Segurança.
Áreas com UPPs representam 20% da violência no estado
De acordo com o Fogo Cruzado, 1.932 tiroteios ou disparos aconteceram em comunidades com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do estado, o que equivale a 20% do total.
Em 2018 --dez anos depois de iniciado o projeto--, foi anunciada a reestruturação das UPPs, com a redução do número de bases em favelas do Rio e a queda nos investimentos financeiros, que passaram a ser destinados a outros tipos de patrulhamento.
Nas comunidades com UPPs, 145 pessoas foram mortas e 205, feridas ao longo do ano passado.
No entanto, os 13 municípios da Baixada Fluminense registraram o maior número de mortos em 2018: 518 casos, o que equivale a 35% do total de mortes mapeadas.
O Fogo Cruzado faz o levantamento com base nas notificações de usuários do aplicativo, além de contar com relatos de uma rede de colaboradores e parceiros em comunidades fluminenses. Os informes são cruzados com notas oficiais das polícias do estado e notícias publicadas pela imprensa.
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