Topo

Brumadinho quer verba, mas não envia lista emergencial ao governo federal

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

13/02/2019 04h00

A prefeitura de Brumadinho ainda não enviou lista com suas necessidades e pedidos emergenciais para o Ministério do Desenvolvimento Regional, segundo a pasta. Hoje, completam-se 19 dias desde o rompimento da barragem da Vale que matou pelo menos 165 pessoas e deixou 155 desaparecidos, além de 138 desabrigados.

O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos (PV), tem reclamado que o governo federal não repassa recursos para o município e que os R$ 800 milhões anunciados pela Presidência, na verdade, se referem ao orçamento previsto à Defesa Civil federal para todo o ano de 2019. O órgão é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Ao UOL, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou estar à disposição e já ter enviado técnicos ao local. De acordo com a pasta, para que se dê prosseguimento a ações de ajuda, a prefeitura deve antes fazer um levantamento dos danos causados pela tragédia e enviár uma lista de necessidades urgentes.

A partir do recebimento do documento, o governo federal poderá providenciar a recuperação de vias afetadas pela avalanche de lama de rejeitos, construção de pontes e a doação de kits a desabrigados - colchões, cobertores, itens de higiene pessoal e itens específicos para idosos e crianças.

A pasta também afirmou que os pedidos de Brumadinho têm de ser feitos pela plataforma online S2iD (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), cujo acesso é feito por meio das Defesas Civis municipais. A liberação de mais verba para cidades em situação de calamidade não pode seguir outro rito sob o risco de desperdício de dinheiro público, justificou.

A Defesa Civil nacional reconheceu situação de calamidade pública em Brumadinho em 26 de janeiro, um dia depois do rompimento da barragem. A construção de uma ponte para reconectar dois bairros afetados pela lama ao centro da cidade já começou e será bancada pela Vale. A previsão é que as obras sejam concluídas até meados de março.

Na última quinta-feira (7), o prefeito Avimar de Melo Barcelos afirmou ainda não ter elaborado os pedidos emergenciais, porque a responsável pelo setor, a secretária de Ação Social, Sirlei de Brito Ribeiro, também morreu no desastre.

"O governo federal vai apoiar. 'Ah, mas tem que fazer um plano'. Enquanto as coisas estão quentes aqui, a gente fala que vai ter apoio, vai ter isso. Agora vai ter que ter um plano. Nós estamos preparando agora um plano", afirmou, na ocasião. 

"Esperávamos, nesse momento, de ter oferta de ajuda, não ter que pedir, mas vamos montar um projeto para o governo do estado e um para o governo federal", complementou.

Procurada pelo UOL, a assessoria da prefeitura de Brumadinho informou não saber se a lista estava sendo confeccionada e ficou de retornar à reportagem.