Suspeito de envolvimento em massacre de Suzano é levado para Fundação Casa
O adolescente suspeito de ser o terceiro envolvido no massacre em Suzano que matou cinco alunos e duas funcionárias na escola estadual Raul Brasil e um empresário foi levado hoje, pouco antes das 13h, para uma unidade da Fundação Casa --a instituição não informará a unidade por motivo de segurança. A transferência se deu após ele ser apreendido na manhã de hoje e passar por audiência na Vara da Infância e da Juventude.
O adolescente de 17 anos foi ouvido por cerca de duas horas pela juíza Érica Marcelina Cruz. Acompanhado dos pais, ele havia chegado ao Fórum de Suzano por volta de 8h45. A audiência começou às 10h48, e a Justiça pediu a vaga na Fundação Casa cerca de uma hora depois. A internação é provisória tem um prazo de 45 dias.
O advogado nomeado do suspeito, Marcelo Feller, orientou seu cliente e seus pais a ficarem em silêncio durante a audiência porque, de acordo com ele, não teve tempo para conhecer as acusações.
Para Feller, indicado pelo IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa) a pedido da Defensoria Pública, o adolescente negou as acusações. "Os pais estão dispostos a falar, ele está disposto a falar, mas isso não pode ser um teatro", declarou.
Cinco meses antes de Guilherme Taucci, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, entrarem na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (Grande São Paulo), para matar ex-colegas e funcionários, o suspeito de ser o terceiro envolvido no massacre detalhou em conversa pelo WhatsApp qual seria sua "estratégia para fazer um atentado" na unidade de ensino.
No bate-papo com um interlocutor ainda não identificado pela polícia, o jovem dá detalhes de como seria a ação. Em depoimento à polícia, o suspeito disse que queria ter atuado na matança, mas que foi excluído pelos dois criminosos.
Na conversa do dia 18 de outubro do ano passado, que consta na representação feita pela Polícia Civil à Justiça, o suspeito disse que a estratégia se baseava em "alguns jogos". "Nos baseamos em alguns jogos para pensar nisso, tipo matar uma galera", disse o suspeito.
Na conversa, ele ainda citou alguns fatos que não ocorreram no massacre: como o uso de granadas e estupros. O rapaz disse ainda que tinha "esboços" sobre o ataque e que iriam morrer "pelo menos uns 15" e elencou a sequência de como as mortes aconteceriam.
Logo após o massacre, o terceiro suspeito disse em um grupo de WhatsApp, segundo consta nos autos, que Taucci fez "igual os meus planos, era bem na hora do intervalo". "Mano, eram dois atiradores, foi tudo planejado", e completa: "mano, foi o Taucci, um atirador tinha um machado, que a gente foi comprar".
Ele também mandou uma mensagem para o próprio Taucci: "Teve um tiroteio dentro da escola. Mano, dois adolescentes e eles se mataram. Taucci, um dos atiradores tinha um machado igual o seu".
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