Moro prorroga presença da Força Nacional em presídio com cúpula do PCC
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
08/05/2019 11h12
O ministro da Justiça, Sergio Moro, prorrogou a presença da Força Nacional para proteção da penitenciária federal em Brasília. Desde fevereiro, o local abriga membros da cúpula da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Agora, a Força deverá permanecer atuando no local até meados de setembro.
Segundo a portaria, publicada na edição de hoje do Diário Oficial, a Força atuará em "ações de policiamento de guarda e vigilância, no perímetro interno" da penitenciária. O efetivo empregado na ação não é mencionado no documento.
Moro indica que houve pedido da direção do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) apontando "a necessidade de ações da Força Nacional de Segurança Pública em apoio ao Sistema Penitenciário Federal".
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O ministro já havia determinado a presença da Força na penitenciária em fevereiro, com o prazo encerrando-se agora em maio. Na ocasião, o irmão de Marcos Herbas Willians Camacho, o Marcola, chefe do PCC, havia sido transferido para o local. Alejandro Juvenas Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, é tido como principal conselheiro do irmão.
Na época, o Depen chegou a providenciar a instalação de uma base administrativa da Força Nacional no local.
Em março, o próprio Marcola foi levado para Brasília como parte dos "protocolos de segurança pública relativa à alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas entre as unidades prisionais federais", segundo o ministério da Justiça. A ação foi criticada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
A presença da Força poderá ser prorrogada ao fim do período determinado por Moro, segundo a portaria.
Amazonas
O sistema penitenciário estadual do Amazonas também terá proteção da Força Nacional. A presença dela foi solicitada pelo governador do estado, Wilson Lima (PSC).
Eles vão atuar com "policiamento ostensivo, na modalidade de patrulhamento motorizado, no perímetro externo das unidades prisionais". A ação é permitida até junho, segundo a portaria, com possibilidade de prorrogação.
Os agentes estão no estado desde janeiro de 2017, quando uma rebelião de detentos deixou dezenas de mortos.