Marcola é levado à prisão onde está irmão, visto como principal conselheiro
Resumo da notícia
- Marcola e seu irmão mais novo, Marcolinha, ficarão presos em Brasília
- Marcolinha foi condenado a 104 anos de prisão por crimes como roubo e tráfico
- Ministério da Justiça diz que transferência é "estratégica" e "fundamental"
Com nova transferência de presídio ocorrida hoje, Marco Willians Herbas Camacho, 51, o Marcola, apontado como líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), passa a estar na mesma prisão que seu irmão mais novo, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, 47, o Marcolinha. Ambos cumprirão pena no presídio federal de Brasília.
Marcola e Marcolinha haviam sido transferidos de São Paulo para Porto Velho e Brasília, respectivamente, em 13 de fevereiro deste ano. Além deles, outros 19 membros do primeiro e do segundo escalão do PCC foram levados do interior paulista para presídios federais. Mossoró (RN) também passou a abrigar membros da facção.
Ofício expedido pelo secretário da Administração Penitenciária paulista, o coronel Nivaldo Restivo, ao qual o UOL teve acesso, solicitando as transferências, apontou o argumento do governo paulista de que Marcolinha "registra envolvimento com a facção criminosa, é irmão do Marcola e seu principal conselheiro", além de ser "extremamente forte no tráfico de drogas e sócio de seu irmão nessa atividade".
Marcolinha foi condenado a 104 anos, oito meses e 23 dias de prisão por crimes como associação para o tráfico de drogas, tráfico de drogas, roubo qualificado e formação de quadrilha.
Preso em Fortaleza em 2016, Camacho Júnior estava ganhando espaço dentro da facção. Sua presença no Nordeste seria para analisar a região como potencial território de exportação de drogas, sobretudo cocaína, para países dos continentes europeu e africano.
De acordo com o Ministério Público, mesmo preso em local de segurança máxima, Marcolinha não deixou de "exercer sua influência e posição de comando no seio da facção". Filhos de pai boliviano e mãe brasileira, os irmãos foram criados por uma tia desde 1980, quando fugiram, moraram na rua e passaram a praticar crimes.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a transferência de Marcola e de outros três membros do PCC para Brasília faz "parte dos protocolos de segurança pública relativa à alternância de abrigo dos detentos de alta periculosidade ou integrantes de organizações criminosas, entre as unidades prisionais federais".
O ministério informou ainda que "a medida é estratégica para o isolamento de lideranças e fundamental para o enfrentamento e o desmonte de organizações criminosas". Os 22 integrantes do PCC levados a presídios federais ano passado devem ficar ao menos dois meses em regime de total isolamento. A medida pode ser estendida até um ano de forma contínua.
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