Homem é suspeito de vender ternos falsificados a políticos por R$ 3.000
A Polícia Civil do Rio prendeu ontem um homem suspeito de vender ternos falsificados para autoridades, políticos e advogados, entre eles deputados da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) e assessores do vice-governador do estado, Cláudio Castro (PSC).
Segundo a Polícia Civil, João de Sá Marques comprava as peças no comércio da rua 25 de Março, em São Paulo, por menos de R$ 200, trocava as etiquetas por de marcas de grifes internacionais e as revendia no Rio pelos valores de R$ 2.000 a R$ 3.000.
Marques foi detido por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial no centro da cidade com 40 ternos falsificados. Ele estava acompanhado da esposa. Segundo o titular da especializada, delegado Maurício Demétrio, os modelos originais dos ternos vendidos no centro podem custar entre R$ 15 e R$ 20 mil.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o vice-governador do Rio disse que recebeu com surpresa a notícia da prisão de Marques, que teria sido indicado pelo deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), líder do governo na Alerj,e fornecia as peças a parlamentares e assessores. Castro afirmou ainda que não chegou a adquirir ternos do vendedor.
De acordo ainda com o vice-governador, Marques teria dito ser um comerciante português que revendia as peças no Brasil, oferecendo apenas como comodidade a entrega direta ao cliente.
"Se comprovada a origem hostil dos produtos, cada um dos assessores devolverá imediatamente as peças adquiridas. Todos os pagamentos referentes às compras foram realizados em cartão de crédito, reforçando assim a conduta ilibada dos mesmos que não sabiam a possibilidade de origem espúria dos produtos", afirmou o governo do estado em nota.
Pacheco informou que recebeu a notícia sobre a prisão com surpresa e destacou que foi vítima da situação. "Ao comprar o produto não sabia da sua origem falsa e que irá devolver os ternos e auxiliar nas investigações", afirmou em nota.
Com o vendedor foi encontrado um cheque do diretor jurídico do Procon Rio, Fábio Picanço.
Procurado, ele contou ao UOL que o vendedor o procurou por telefone e explicou que vinha de Portugal a cada dois anos com os ternos de grifes internacionais e que já havia vendido mais de 1.200 peças para grandes shoppings do Rio.
O advogado explicou que desconfiou da ação do comerciante e resolveu adquirir dois ternos para averiguação.
"Foi uma ação pessoal minha independente do Procon. Na autarquia não temos perito para avaliar se o objeto é falsificado ou de origem roubada. Então, falei com o próprio doutor Maurício [delegado responsável pelo caso] e fiz a compra de duas peças. Em seguida, o homem já foi preso. Acredito até que já havia uma investigação neste sentido", disse Picanço.
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