Empresários são acusados de montar mansão de R$ 30 mi com dinheiro sonegado
Seis pessoas, entre elas dois irmãos empresários, foram presas hoje em Minas Gerais suspeitas de sonegar ICMS no estado. Uma parte do dinheiro desviado do esquema foi utilizada para construir uma mansão avaliada em R$ 30 milhões em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Dois irmãos são suspeitos de liderar grupo e deverão responder também por falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Eles comandavam empresas do ramo de distribuição de alimentos, especialmente açúcar, com atuação na Ceasa de Contagem (MG), nas cidades mineiras de Barbacena e Varginha, além de São Paulo.
A mansão luxuosa em um condomínio de Nova Lima tem piscina e vista para montanhas. Para pagar a construção do imóvel, os investigados teriam cometido o crime de lavagem de dinheiro proveniente da sonegação fiscal.
Os outros quatro presos são funcionários dos dois irmãos e atuavam como laranjas para constituir as empresas dos irmãos, blindando o patrimônio da dupla, segundo as investigações. Está sendo investigada uma possível coação contra os empregados para que emprestassem seus nomes.
O grupo empresarial é composto por mais de 10 empresas. A estimativa é de sonegação superior a R$ 200 milhões em ICMS devidos ao estado de Minas Gerais. Os suspeitos compravam notas fiscais frias no mercado paralelo, e elas eram utilizadas para diminuir o valor do imposto.
As investigações da Operação Demerara começaram há três anos, a partir de informações fornecidas pela Receita Estadual, mas os crimes tributários eram praticados desde 2001, segundo o Ministério Público, responsável pela ação de hoje, juntamente com a Polícia Civil e a Receita Estadual. Participaram quatro promotores de Justiça, 40 auditores-fiscais, seis delegados e 52 investigadores da Polícia Civil.
Os seis mandados de prisão e 12 de busca e apreensão foram cumpridos, em Minas, nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Barbacena e Varginha, além de Araruama, no Rio de Janeiro, com apreensão de documentos e uma arma de fogo.
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